PIB per capita de Ibiúna é um dos menores da região

Carlinhos Marques

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na última sexta-feira (16), os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios brasileiros referente ao ano de 2020. O PIB é a soma de todos bens e serviços finais disponibilizado no mercado, principal métrica para medir a riqueza de um país. Os dados municipais, mais uma vez, colocam Ibiúna como uma das cidades com um dos menores PIBs per capitas da região; a soma perfaz o produto total dividido pelo número de habitantes. O PIB per capita no município é de R$ 27.939,72, pouco acima da vizinha Piedade, que consta com R$ 27.373,56.
Cidades mais industriais ultrapassam a casa da centena, como Araçariguama e Alumínio, com PIBs per capita de R$ 140.809,35 e R$ 119.352,09, respectivamente. A cidade sede da região metropolitana, Sorocaba, tem PIB per capita de R$ 53.427,50. Referência próxima na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), a cidade de Cotia registrou R$ 55.306,97 per capita do produto. São Roque, Vargem Grande Paulista e Mairinque registraram R$ 33.763,03, R$ 44.174,64 e R$ 45.197,77, respectivamente.
Os números na região mostram que quanto mais agrícola, menor o PIB per capita, muito em razão do baixo valor agregado do setor. A título de comparação, a agropecuária de Ibiúna correspondeu, em 2021, a R$ 480 milhões do PIB ibiunense, muito acima de São Roque (R$ 47 mi), Mairinque (R$ 20 mi) e Vargem Grande Paulista (R$ 46 mi), enquanto a indústria significou R$ 333 milhões do PIB municipal de Ibiúna em 2020, abaixo de São Roque (R$ 556 mi), Mairinque (R$ 715 mi) e VGP (R$ 521 mi) – o valor correspondente ao setor de serviços dos municípios vizinhos também é maior do que o ibiunense.
O PIB per capita é um valor importante porque representa a riqueza de uma cidade por seus habitantes. Entre os fatores que levam Ibiúna a apresentar o baixo montante, está a falta de investimentos em formação e qualificação profissional e investimentos em tecnologia; os empregos oferecidos aqui são de baixa remuneração, comparado a região, justamente por conta da qualificação precária. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que os eleitores de Ibiúna, comparado as cidades citadas, são os que apresentam, proporcionalmente, menor formação técnica ou superior.
Enquanto os investimentos crescem na região, novas empresas chegam; entretanto, não há, concretamente, nenhuma novidade para movimentar o mercado de trabalho ibiunense, o que acarreta, sobretudo, um êxodo principalmente das pessoas mais jovens que buscam oportunidades em outras cidades, diante da falta que há aqui.

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Postado em 20, dezembro, 2022