O apoio dos pais na educação dos filhos em época de provas

Glória Piletti

Eu diria que se os pais não acompanharem a educação dos filhos no decorrer de todo o ano letivo, será inútil querer apoiá-los só na época de provas. O apoio precisa ser permanente, pois, de maneira geral, só irá bem às provas àquele que não se limitar a estudar somente no período das avaliações. Pedagogicamente falando, estudar só para as provas é contraproducente.Muitas vezes, atribui-se o fracasso escolar de um aluno à falta de aptidões mentais do mesmo. Os que fracassam são rotulados, geralmente de “burros”. O rótulo expressa uma explicação do fracasso escolar que recorre a traços mentais do aluno. Atualmente essa visão está superada, pois constatou-se que há uma correlação positiva muito forte entre o baixo nível de renda e/ ou cultural da família e os péssimos resultados  dos alunos. A educação é apenas um dos aspectos que compõem a realidade social. Mas, sejam quais forem os outros aspectos, alunos que mais aprendem são os que têm um apoio mais efetivo – e não apenas afetivo – dos pais. A seguinte notícia é muito esclarecedora:“Pesquisadores da Universidade de Michigan surpreenderam-se com o dado de que os filhos dos refugiados da Indochina, que mal conhecem o inglês, possuem um desempenho escolar superior ao alcançado por seus colegas norte-americanos. Disciplina e ansiedade por ascensão social influem no desempenho dos imigrantes, mas o motivo do êxito escolar dessas crianças, descobriram os pesquisadores, é o interesse dos pais na educação dos filhos, fato que tem um custo: metade dos pais vietnamitas estuda com as crianças pelo menos três horas por dia”.As conclusões da pesquisa sugerem que na construção do desempenho escolar são tão importantes a qualidade da escola e as novas tecnologias quanto à valorização do conhecimento pelas famílias e pela sociedade. (O Estado de S.Paulo, São Paulo, 15/03/92)Por isso, se o filho vai mal nas provas, seus pais deveriam perguntar-se: Até que ponto valorizamos o conhecimento e a educação? Mas, pior do que não valorizar a educação e nem apoiar o filho, é chama-lo de “burro”. Esta é uma grande prova de burrice dos pais que assim procedem.

Comments

comments

Postado em 1, outubro, 2015