Saiba se sobreviverá nesta era da extinção

Claudino Piletti

Estudos científicos informam que a Terra, durante sua existência, assistiu a cinco eras de extinção em grande escala: no Ordoviciano, no Devoniano, no Permiano, no Triássico e no Cretáceo.
As extinções do Ordoviciano (440 milhões de anos atrás) e do Devoniano (365 milhões de anos), exterminaram, cada uma, cerca de 80 a 85% das espécies. As extinções do Triássico (210 milhões de anos atrás) e do Cretáceo (65 milhões de anos) exterminaram, cada uma 70 a 75 % das espécies. Mas, a maior de todas foi a do Parmiano, há aproximadamente 245 milhões de anos, que pôs fim ao longo reinado dos dinossauros. Nesta extinção pelo menos 95% dos animais conhecidos através de registro fóssil sumiram para sempre. E até cerca de um terço de insetos desapareceu. Nunca a vida esteve tão perto da extinção total.
O ser humano, que existiu por apenas cerca de 0,0001% da história da Terra, está causando inúmeras pequenas extinções. Em 1979, em seu livro “A arca naufragante”, o ambientalista britânico Norman Myers informou que as atividades humanas estavam causando cerca de duas extinções por semana no planeta. No início da década de 1990, ele aumentou a cifra para umas seiscentas por semana. Outros a situavam acima de mil. Hoje, não se sabe a quantas andam. E nem se sabe como nossas atividades predatórias estão afetando o belo planeta que habitamos. Segundo alguns cientistas já estaríamos numa era de extinção em grande escala, ao final da qual só sobreviverão bactérias e baratas.
Com todo respeito a esses cientistas, aposto que, além de bactérias e baratas, outras espécies sobreviverão. Aposto, por exemplo, na sobrevivência dos políticos das bancadas da bíblia, da bala e do boi. E, sobretudo, daqueles da bancada da bolada, que, nos últimos anos, governaram e afundaram o país.
Sobreviverão os Barbalhos, os Bezerras e, talvez, os Bolsonaros. E, certamente, os banqueiros que, graças aos altos juros cobrados, têm dinheiro para construir abrigos subterrâneos ou migrar para outro planeta. Sobreviverão, também, os burocratas, cuja função é fazer nada e impedir tudo. E, se eles não o impedirem, sobreviverão os burros, os beócios, os bêbados e os bandidos, salvos da extinção pelo bom Deus que quer a correção deles. E, finalmente, aposto na sobrevivência de Belzebú, o príncipe dos demônios, que se sentirá à vontade em tão seleta companhia.
Se você não está em nenhuma das espécies acima citadas, lamento informá-lo que não sobreviverá. Quanto a mim, parabenizo os que sobreviverão e espero que aproveitem a oportunidade para se arrependerem e se corrigirem.

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Postado em 10, outubro, 2019