Em Ibiúna, jovens brasileiros sonham em disputar a maior liga de beisebol do mundo


A inspiração esportiva de Paulo Vitor Barbosa, de 15 anos, está no sangue: “Meu primo Gabriel sempre foi minha motivação maior. Ele me dá forças e eu consigo treinar bem”. O primo Gabriel é um dos arremessadores das equipes menores do Colorado Rockies, franquia da Major League Baseball (MLB), a liga de beisebol dos Estados Unidos. Paulo Vitor, da mesma posição, quer seguir os passos do primo. Ele e cerca de 80 meninos passaram as últimas três semanas em Ibiúna, onde participaram de uma seletiva para bolsas na academia mantida pela MLB no centro de treinamento da Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol (CBBS), conhecido como Centro de Treinamento da Yakult.
Os jovens vêm de vários cantos do Brasil, mas principalmente do interior paulista. A colonização japonesa impulsionou a modalidade em cidades do oeste do estado, como Bastos e Marília. O projeto da MLB no país ainda caminha para a quarta temporada. No entanto, nos três primeiros anos, 16 jogadores deixaram a academia direto para franquias da liga.
Um exemplo é o arremessador Eric Pardinho, que em 2017 tornou-se o jogador brasileiro mais caro da história do beisebol ao receber US$ 1,5 milhão (R$ 5 milhões, na cotação da época) para assinar com o Toronto Blue Jays.
O mesmo Blue Jays contratou outro arremessador brasileiro. Rafael Ohashi é um dos seis jovens formados em Ibiúna que acertaram com franquias da MLB neste ano. “A chance [de jogar na MLB] aumenta em torno de 80% [para quem treina na academia]. Aqui estão os melhores técnicos, a melhor estrutura do país. E, com certeza, para os olheiros, quando vêm ao Brasil, o foco é esse, pois sabem que os melhores jogadores estão aqui”, afirma.
Neste ano, 40 jovens ficaram alojados no CT. Ou seja, as vagas da seletiva são limitadas. Porém, ser reprovado não significa necessariamente o fim do sonho.
“Há muitos atletas que passam de primeira. É preciso ter paciência. Às vezes é necessário estar mais maduro fisicamente, e aí o garoto consegue ser aprovado cinco, seis meses, ou um ano depois. O que digo a eles é que se animem com o beisebol, porque é um esporte que ajuda as crianças a ficarem distantes de coisas que podem corrompê-las”, declarou Henry González, gerente de desenvolvimento da MLB.

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Postado em 13, dezembro, 2019