160 anos de história, à espera das comemorações

Ibiúna é uma cidade linda e repetir todas as nossas belezas aqui vai ser redundante. No entanto, a nossa natureza ainda não impulsionou a cidade para trazer os benefícios palpáveis que nossa população tanta anseia. Afinal, temos o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região. Isso significa que a qualidade de vida em Ibiúna é pior do que nos município vizinhos nos quatro cenários avaliados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE): geral, renda, longevidade e educação. Nosso IDH é menor que a média estadual e nacional. Não bastasse isso, temos uma renda per capita que também está abaixo da média estadual e abaixo da renda média nacional. Isso significa que, entre outras coisas, somos, ainda, os mais pobres. Outro dado triste, de 2014, é que nossa taxa de mortalidade infantil é superior à média nacional, estadual e está muito acima do valor máximo considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Tudo isso, no entanto, tendo o maior território entre as cidades vizinhas comparadas, um potencial turístico enorme, o maior Produto Interno Bruto (PIB) Agrícola da região, os maiores mananciais hídricos entre as cidades vizinhas e estando a menos de 50 km da maior região metropolitana da América Latina. Ou seja, por estes contrastes, sem dúvida, algo está errado em nosso município. Ao comemorar 160 anos, não podemos mais ficar achando os culpados ou dando desculpas para o nosso retrocesso. É claro que, pelo momento econômico nacional, a perspectiva de crescimento a curto prazo não é positiva; mas, mesmo assim, com todo o nosso potencial, é preciso acreditar que, em breve, teremos os motivos para comemorar essa data festiva com dados que possam nos dar a esperança de um futuro promissor.Para isso, a cobrança tem que ser nossa, da população; daqueles que nós mesmos elegemos, colocamos nas funções públicas para nos representar e apresentarem as soluções para esses tristes dados. Afinal, Ibiúna é linda demais para estar tão judiada. Em todos os bairros, existem reclamações de que nem mesmo o básico está sendo atendido. Estradas em péssimo estado de conservação, asfaltos esburacados, falta de água encanada e rede de esgoto, sem iluminação pública ou, quando tem, com lâmpadas apagadas, sem medicamento nas unidades de saúde e demora nos exames laboratoriais simples e outros descasos aos quais estamos sujeitos; isso faz, entre outras coisas, que tenhamos reflexos nas avaliações e estatísticas governamentais.Em razão disso tudo, comemoramos os 160 anos de Ibiúna na expectativa de que, nos anos vindouros, teremos mais motivos para comemorar do que informações que nos fazem lamentar. Uma ótima leitura a todos e até a próxima edição.

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Postado em 21, março, 2017