“Vejam”

Sebastiana Godinho Delfim

Como formar cidadãos que sejam bem-sucedidos na vida através de métodos de ensino eficientes. A moderna metodologia da educação presta?

A americana Lynn Kagan, afirma que “crianças bem monitoradas, incentivadas a pensar sobre o mundo que as cerca, motivadas por meio de brincadeiras que despertam a curiosidade, cedo desenvolvem o raciocínio e o uso da linguagem, desenvolvem habilidades sociais e compreendem ações de causas e efeitos, pois o cérebro infantil funciona como uma esponja que suga conhecimentos e os assimila. Na escola, é indispensável um currículo com metas claras, não conteudista e segmentado em matérias, ‘sem mediocridades de rotinas mortas e burras’, com linguagem compreensível e não em ‘jargão acadêmico’. Fora da escola os pais são os primeiros professores que empurram a criança a pensar sobre o mundo que a cerca, ensinando comportamentos e atividades que desenvolvam o raciocínio. Sem excesso, sem pressão, naturalmente”.

Com propriedade, o reconhecido colunista da Revista Veja, Cláudio de Moura Castro, interroga “aula ativa” (DEWEY), “presta”? E, através de afirmações autorais, confirma que o percurso para uma educação de qualidade começa na infância e prossegue, no mínimo, até o fim do ensino médio.

Cita frases ‘proféticas’ como: “abandonar os métodos que enfatizam a absorção passiva de conhecimentos, aprisionados em livros”, “a escola deve ser viva desafiadora, não uma prisão com alunos encabrestados em carteiras”, “as crianças devem ser livres para investigar, perguntar e experimentar e tentar resolver problemas por conta própria” e “o papel do professor é selecionar experiências significativas para o aluno que despertem sua curiosidade, estimulando-os a olhar para o mundo a sua volta”.

“Aula ativa é pôr em prática isso tudo. É do que precisa hoje nossa educação”.

“Temos ideias sólidas para nos orientar. Apenas fazendo o que mandam as citações acima já provocaremos uma revolução na sala de aula”.

“O detalhe é que são ideias de intelectuais do século XIX que estão hibernando por mais de um século. Alguns bem que tentaram pôr em prática, mas encontraram ouvidos surdos e a escola encolheu e foi engolida em suas ambições”.

“Há uma brisa trazendo de volta essas ideias “Novas”, mas não passa de um sopro frágil”.

Desafio – “não basta criar escolas experimentais para poucos, isso deve funcionar para 50 milhões de alunos”. Descentralizados nos municípios o número é bem menor.

“É possível, sim. Mas é preciso concentrar as atenções nessa heroica tarefa e não perder tempo lutando contra os espíritos de porco de plantão”.

Vejam na edição 2537, de 05/07/2017 da Revista Veja.

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Postado em 10, agosto, 2017