Que vença o Brasil
Editorial
Como acontece desde 1998 – quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) conseguiu a reeleição no primeiro turno –, o brasileiro irá voltar as urnas no fim deste mês para escolher o próximo Presidente da República no segundo turno. A disputa presidencial no país nunca ocorreu num clima de tanta intransigência como agora. As fake news sobre o sistema eleitoral para tentar desqualificar os resultados das urnas dão provas de que, independentemente de quem for o eleito, o pleito terá algumas semanas de discussões.
Apesar disso tudo, no dia 30 de outubro quem precisa vencer é o Brasil. O resultado das urnas é importante; mas, ainda mais, a união das pessoas em prol de uma nação que, há quase 10 anos, registra os piores índices de crescimento das 20 maiores nações do mundo (G20), e que precisa mudar. O Brasil é um país, infelizmente, que está fadado ao subdesenvolvimento sem quaisquer perspectivas de melhores a curto prazo. Posto isso, para um país que voltou ao mapa da fome e da miséria, onde cerca de 30 milhões de pessoas não comem adequadamente com os nutrientes necessários para o corpo humano, é hora de pensar em um projeto de país, a curto, médio e longo prazo. Os problemas brasileiros são antigos e muitos, mas não dá para negar que houve uma intensificação de problemas estruturais nos últimos anos, muito além da malfadada inflação e dos baixos salários, problemas relacionados a desindustrialização, do baixo investimento em tecnologia e ciência, sem que o país tenha um programa claro para que possamos voltar a figurar entre as principais economias do mundo.
Qual o país que você quer para o futuro? E aqui é importante destacar que aborto, liberação das drogas e outras temáticas atuais são responsabilidade do Congresso Nacional e não do presidente da República. Cabe ao chefe do Executivo apresentar ao país um plano para recuperar empregos, acabar com a fome e a miséria, de forma consistente, não apenas com programas de transferências de renda, de extrema importância, mas que suprem, provisoriamente, necessidade de pessoas – não resolvem o problema em definitivo. É hora de o país pensar em uma educação estruturante, olhando para frente, com um estado capaz de promover mudanças para aguçar o empreendedorismo privado, mas sem eximir sua reponsabilidade de contribuir para reduzir desigualdades e agir em prol aos menos favorecidos. Desde os tempos do governo Café Filho, vice-presidente de Vargas que assumiu o governo com o suicídio do titular, estamos aguardando os investimentos externos para gerar a riqueza que o país necessita, mas que nunca vieram; foram prometidos após uma reforma trabalhista que só tirou direitos e de uma reforma da previdência que não tocou nos verdadeiros privilegiados, em detrimento a classe trabalhadora e pobre. É hora de viver a realidade de um mundo globalizado de um país que já figurou, mas deixou de estar, no centro da atenção da economia mundial
Está na hora dos brasileiros pararem de dar ouvidos ao conto das carochinhas e prestar atenção no que, de fato, tem feito vítimas e tirado a vida de milhares; pela fome, pela desocupação, pela falta de atendimento de saúde pública, pela falta de atenção a ciência. Ser contra o aborto e defender a vida é defendê-la, também, após o nascimento, para as milhares de crianças que estão em nível de desnutrição, fora das escolas, vivendo em situação de extrema pobreza sem qualquer perspectiva de um futuro melhor. Que no dia 30 de outubro o Brasil possa sagrar-se o grande vencedor das eleições.
Uma boa leitura a todos e até a próxima edição.