Retirada de árvores da Praça causa polêmica
Júlia Tanaka
Na manhã do último dia 4, a Prefeitura de Ibiúna cortou as árvores que ficavam em frente à Igreja Nossa Senhora das Dores, na Praça da Matriz. Ao ver a ação, diversos moradores se indignaram com a decisão do Poder Público, tendo em vista que próximo as árvores estavam os bancos – um dos poucos locais com sombra na praça central – frequentado por munícipes, que ali conversavam e descansavam.
Segundo o secretário municipal do Meio Ambiente, Rafael Ribeiro, as árvores são exóticas, não nativas no bioma, e além disso, estavam prejudicando as calçadas, causando desniveis prejudicando pedestres e pode até comprometer a estrutura física da igreja. Rafael disse que a própria Igreja protocolou diversos ofícios solicitando que as árvores fossem retiradas. Outra questão, segundo o secretário, refere-se a segurança, já que as árvores comprometiam a visibilidade da igreja e a iluminação da Praça, além de outros fatores apontados pela Guarda Civil Municipal (GCM).
A decisão, segundo Rafael, de retirar as árvores envolveu a Secretaria do Meio Ambiente, Obras e Defesa Civil. Ele acrescentou que os técnicos da prefeitura irão analisar o solo e posteriormente, replantar árvores de menor porte com raiz condizente com o arborismo que o local exige ou fazer um jardim no local.
Apesar da polêmica, o secretário frisou que a decisão foi acertada. “O laudo técnico apontou a necessidade da remoção das 14 árvores”, finalizou.
Para o técnico ambiental, Salvador Alves dos Santos, conhecido como Vadozinho, todos os aspectos das árvores Ficus foram analisadas. Ele disse que fez um laudo e relatório técnico, constatando que as raízes estavam afetando os alicerces da igreja, prédio construído há 107 anos. “A Igreja Nossa Senhora da Dores é um patrimônio histórico estadual. Ela precisa ser preservada e protegida”, disse Salvador. “As árvores Ficus são oriundas da Austrália, sem qualquer proteção da legislação ambiental brasileira”, completou.
O padre Benedito Cesário, Pároco da Igreja, disse que a decisão da retirada das árvores foi conjunta com a Prefeitura. O religioso destacou, entre os motivos, o fato da espécie da árvore não ser usual em centros urbanos, por conta do crescimento das raizes. Ele mencionou que, futuramente, a estrutura da igreja poderia ser comprometida, além das calçadas da Praça, que já foram afetadas. “Houve um estudo de engenheiros ambientais e constatou a necessidade da retirada das árvores”, finalizou.