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Natal: ontem e hoje

Uma coisa é certa: não sabemos o dia certo do nascimento de Jesus. E, os primeiros cristãos, não estavam preocupados em sabê-lo. Celebravam apenas a Páscoa, como comemoração cristã. A partir do século III, no entanto, surgiu a tendência de celebrar o nascimento de Jesus. Mas, como não sabiam a data certa do seu nascimento, escolheram a mais significativa: 25 de dezembro.A razão dessa escolha, foi a de substituir uma festa pagã por uma  cristã. Nesse dia comemoravam a festa pagã do sol natural invencível, dedicada ao deus Mitras. O desenvolvimento do cristianismo e o governo de um imperador cristão não podiam admitir celebrações desse tipo. Era necessário tomar uma atitude. E, como grande parte da população cristã sentia falta de mais atos litúrgicos, transformaram a festa de Mitras numa consagração a Cristo. A mudança foi bem aceita e, em pouco tempo, a celebração do Natal em 25 de dezembro criou raízes e é adotada até os dias atuais. Hoje, no entanto, por influência do poder da propaganda, o Natal parece ter voltado a ser uma festa pagã. Só que, ao invés de ser dedicada ao deus Mitras, é dedicada ao deus dinheiro. De acordo com as palavras do Papa Francisco “o antigo culto ao bezerro de ouro encontrou uma imagem nova e cruel no fetichismo do dinheiro e a ditadura de uma economia que não tem cara. Hoje não manda o homem, mas o dinheiro. O dinheiro deveria servir e não governar”.Pelo fato de ser o dinheiro que governa, no Natal, mais do que o nascimento de Jesus, celebra-se o sucesso nas vendas que, por sua vez, impulsiona a indústria.Por isso, o poeta Carlos Drummond de Andrade, pediu:“Menino, peço-te a graçade não fazer mais poema de Natal.Uns dois ou três, inda passa…Industrializar o tema,eis o mal.”

Glória Piletti

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