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Em canil abandonado, cães morrem de fome em Ibiúna

Em um canil particular, supostamente abandonado, no bairro do Rio de Una, a Polícia Militar localizou, pelo menos, quatro cães mortos no início deste mês. Segundo relatos de populares que acompanharam a operação, outros seis animais ainda vivos foram encontrados no mesmo local. Eles estavam bastante debilitados porque deviam estar sem comida ou água há pelo menos dois meses. Os sobreviventes foram resgatados pela equipe de Zoonoses da Prefeitura, que contou com apoio da Guarda Civil Municipal e Polícia Militar. A proprietária do estabelecimento, P. R. C., de 50 anos, foi levada para à Delegacia de Polícia de Ibiúna, mas prestou depoimento e foi liberada. Ela alegou que não sabia da situação, pois a responsabilidade do canil seria de um funcionário, que deveria cuidar dos animais.De acordo com os policiais que atenderam a ocorrência, vizinhos do sítio sentiram o cheiro forte de bicho morto e, como não viam movimentação de pessoas há um bom tempo, resolveram entrar no canil para ver o que estava ocorrendo. “Foi uma das cenas mais tristes que já vi na minha vida. Havia carcaças de animais pra todo lado e os que ainda estavam vivos, se encontravam bastante debilitados e ficaram desesperados com a nossa chegada. Quando demos água e ração para os mesmos, eles faltaram comer até a panela. Imediatamente acionamos a Zoonoses, Guarda Municipal e entidades de defesa dos animais”, contou o morador que foi o primeiro a entrar na propriedade.A partir de então, foi montada uma operação para resgatar os animais e identificar os responsáveis pelo canil. A veterinária da Zoonoses, Gislaine Martins, disse que em toda sua carreira nunca viu uma cena tão chocante quanto a encontrada no local. “Eles estavam sem qualquer alimentação há pelo menos dois meses. Os que sobreviveram estão totalmente debilitados e estressados, com um choque psicológico muito grande pela situação que passaram, sendo que só sobreviveram porque se alimentaram da carcaça dos que morreram. O local estava muito sujo, com um cheiro insuportável, sendo que alguns dos que faleceram estavam até com a coleira e a chapinha de identificação”, lamentou a veterinária.Representantes da ONG OPA! e outras entidades de defesa dos animais também compareceram ao local e ficaram indignados com as cenas que presenciaram. “Por isso que somos contra canis, pois acontece muito dessas coisas. Vamos cobrar e esperar que a polícia e o Ministério Público tomem providências e os responsáveis sejam punidos”, pediu Lecir Eveline, presidente da OPA!.A proprietária do canil vai responder em liberdade por Maus Tratos a Animais e se condenada pode pegar de três meses a 1 ano de prisão, além de multa, sendo que a pena pode ser aumentada em até um terço se houver morte do animal.

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