Elon Musk afronta a soberania nacional
Carolina Saito
No começo deste mês, o magnata Elon Musk se manifestou na rede social criticando o Ministro do STF Alexandre de Moraes e, sucessivamente, atacou o presidente Lula e as leis brasileiras. Endossando o discurso bolsonarista de que vivemos uma “ditadura judicial”, Musk é para Bolsonaro e sua trupe um paladino da luta pela liberdade, ou melhor, pelo o que eles entendem por liberdade: a liberdade para propagar fake news e explorar o Brasil sem limites em benefício do Imperialismo.
Elon Musk, sul-africano naturalizado estadunidense, é um bilionário dono de empresas como a Tesla – produtora de carros elétricos-, a Space X – empresa de exploração espacial – e a Rede X (antigo Twitter). A Rede X, uma das plataformas mais utilizadas pelos grupos extremistas de direita para propagar a desinformação e o discurso de ódio, foi obrigada da retirar conteúdos e submetida à regulação na União Europeia, na Turquia e na Índia, mas no Brasil o seu proprietário não aceita submeter a plataforma às leis locais. Musk disse que vai liberar todos os perfis que foram bloqueados pelo STF para combater as fake news e o discurso de ódio. O foragido da justiça brasileira Alan dos Santos teve logo seu perfil desbloqueado por Musk.
Perto de ser preso por diversos crimes, nada mais oportuno para Bolsonaro do que se unir ao Elon Musk e ao fascismo internacional. Musk quer desestabilizar a democracia brasileira para abrir caminho para um governo subserviente aos seus interesses, que são os recursos minerais e o mercado brasileiro para as suas empresas.
A reação aos insultos e ataques à soberania nacional feitos por Musk não tardaram. O Ministério Público Federal encaminhou um pedido ao Tribunal de Contas da União (TCU) para a suspensão dos contratos do Governo Federal com as empresas de Musk. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM) decidiu, no último dia 12, suspender os contratos de publicidade na rede X. E o ministro do STF Alexandre de Moraes incluiu Musk para ser investigado no inquérito das milícias digitais e determinou multa de R$100 mil reais por dia para cada perfil desbloqueado.
Os grupos extremistas continuam praticando crimes nas redes sociais, pois consideram que a internet é uma terra sem lei. Diante disso, o regramento das redes sociais é uma necessidade básica para a manutenção da ordem democrática e para o combate aos crimes virtuais de todas as espécies. Isso não é ditadura ou cerceamento da liberdade como defendem, inescrupulosamente, Elon Musk e os criminosos de extremistas, mas a garantia da liberdade de todos os cidadãos brasileiros e da soberania nacional.