A política fisiológica de Ibiúna
Editorial
Estamos a menos de 6 meses para a eleição municipal de outubro, que irá definir o próximo prefeito e os vereadores da cidade. O principal fato político que envolve a eleição, até o momento, aconteceu com as filiações partidárias, em que 11 vereadores de Ibiúna trocaram de sigla, até a data limite que foi 5 de abril. O curioso é a movimentação de alguns edis, que, a cada eleição, busca um novo partido em busca de melhores condições para ser eleito. Mas, o que envolvem as mudanças? condições de legenda, apoio partidário ou outros benefícios que são oculto aos eleitores?
O que predomina na política ibiunense (e isso não é segredo para ninguém) é um sistema feudal que faz com que os políticos assistencialistas detenham determinada fatia do eleitorado e, com isso, se perpetuam no poder político local, graças a assistência que promovem a eleitores, em detrimento a políticas públicas coletivas em benefício de uma população como um todo. O que isso significa é que, por aqui, a fisiologia fala mais alto e, isso, no entanto, não é uma exclusividade dos políticos, mas também dos eleitores, os quais se incluem nos currais dos detentores dos cargos eletivos e fazem com que estes tenham carreiras, sem demonstrar qualquer tipo de posicionamento ideológico daquilo que defendem.
É triste analisar os dados regionais e ver nossa cidade figurando sempre na parte de baixo das tabelas. E isso é possível ao analisar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), renda per capita, mortalidade infantil, anos de escolaridades, idade média, entre outros dados que são analisados por aqueles que estudam o desenvolvimento regional. É por essas, e outras, que os eleitores precisam avaliar: o que evoluiu em nossa cidade nos últimos anos? Educação, saúde, segurança, emprego? O que, de fato, melhorou? Agora, se quase nada melhorou, porque os detentores do poder político se perpetuam em cargos eletivos e a população continua com as mesmas reclamações, por vezes, básicas, como na manutenção das estradas, na demora do atendimento médico, na falta de empregos e outras questões?
Ora, só há uma explicação admissível: os eleitores de Ibiúna escolhem os políticos por meio de seus interesses fisiológicos, não ideológicos. Posto isso, é hora de refletir, não sobre o voto, por ora, afinal, ainda restam alguns meses para o dia da eleição, mas sobre o comportamento daqueles que buscarão, nas urnas, oportunidades, ou para continuar, ou mudar a política local. O tempo voa e logo estaremos no dia da eleição e é necessário que façamos reflexões sobre qual será a nossa escolha para os próximos 4 anos de nossa cidade.
Para isso, o VOZ irá acompanhar e noticiar os principais fatos que envolvem o cenário político de Ibiúna, a fim de municiar você (e)leitor a decidir. O jornal completará, no próximo dia 1º, 35 anos de existência, desde 1989, motivo pelo qual surgiu, justamente, acompanhar a eleição daquele ano, diante da falta de informação quanto as políticas dos coronéis da época. O tempo passou, mas pouco mudou. Os personagens são outros, mas os costumes são antigos. A mudança que nossa cidade precisa começa com cada um de nós, (e)leitores.
Uma boa leitura a todos e até a próxima edição!