Editorial

A crise da água é séria, não é mais aceitável desperdiçar

Choveu! Choveu muito no início de novembro, muito mais do que em outubro inteiro. Muita gente, com razão, comemorou. Mas que a chuva abençoada que caiu em nossa terra e em toda a região não mascare um problema que, ao que tudo indica, foi apenas adiado: o racionamento de água.Estudos das Nações Unidas mostram que 70% da água doce do planeta são utilizadas pela agricultura. Segundo fontes extra-oficias da Sabesp, é no campo o maior desafio para administrar o uso da água. Por isso, cidades da região foram obrigadas, no ápice da crise, a lançarem mão de ações emergenciais como lacrar bombas, para que não faltasse água para consumo humano e animal.O que é preciso entender é que tanto o cidadão comum, que vive no centro da cidade, quanto o produtor rural, são corresponsáveis, junto ao poder público, pelo uso racional de água. Porém, por utilizar maior volume de água para a irrigação, pesa ainda mais a responsabilidade do agricultor em relação ao consumo adequado do recurso.Muitos produtores entendem e já começam a buscar alternativas para que a água seja utilizada de maneira responsável. Alguns temem o pior: “mas se a gente não pode irrigar, vai faltar comida na cidade e o agricultor, que sustenta o município, vai quebrar”. Sim, mas se todo mundo usar de maneira descompromissada nossos recursos hídricos, vai faltar dinheiro, comida e ninguém vai ter o que beber.Então, é preciso que cenas como água de irrigação jorrando para fora da propriedade e provocando erosão de estradas e açoreamento de açudes deixem de acontecer. E a Sabesp? E o Governo Estado, grandes responsáveis pela crise hídrica? Cabe a nós, cidadãos, cobrarmos ações menos eleitoreiras e mais eficientes para que não falte água. Enquanto isso, que façamos também a nossa parte.

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