O que esperar da nossa educação?
Luiza Alves
Acredito que a maioria dos nossos leitores acompanhou pelos meios de comunicação a grande mobilização de professores, pais e alunos que protestam contra a reorganização escolar da educação pública do Estado de São Paulo. Estamos diante de mais uma situação na nossa educação, na qual os maiores interessados e envolvidos não estão de acordo com as decisões do governo e ainda assim parecem ter suas vozes emudecidas por uma ditadura que se disfarça com hipocrisia.A justificativa é de que a reorganização será melhor para a qualidade do ensino, porém não se preocuparam com o caos causado na vida de muitos professores que terão de reprogramar suas vidas profissionais depois de anos de “estabilidade” – adquirida arduamente mediante concurso público e investimento na sua formação. Com a medida, o governo não da a devida importância para as salas de aulas superlotadas e alunos que terão de percorrer quilômetros e quilômetros para chegar as suas escolas. Nosso querido governador finge entender do processo educacional e numa atuação quase convincente acaba de provar de uma vez por todas que a educação não é sua prioridade. E nesse contexto, me pergunto então: como criar expectativas de um futuro melhor para a nossa educação quando somos atacados por decisões impostas incabíveis?Se não bastasse convivermos com a progressão continuada, com os baixos salários e más condições de trabalho, agora teremos de conviver com a ditadura educacional. Infelizmente, se esqueceram de contar aos nossos governantes que é a educação que constrói um país melhor.