Colunistas

Os efeitos da crise para as festas de fim de ano

Ana Cristina Piletti

Uma das variáveis utilizadas para prever o aquecimento ou desaquecimento da economia é o índice de variação estacional. Ele representa o comportamento do consumidor em decorrência das datas comemorativas ou da sazonalidade associada às condições climáticas das estações do ano. No trimestre de outubro, novembro e dezembro, por exemplo, espera-se um aquecimento da economia. No entanto, uma situação oposta a esta tendência é a diminuição do índice de atividade econômica.  Em uma época de inflação de preços, alta do dólar, diminuição de empréstimos e aumento de desemprego, o volume de produção e o número de pessoas com poder de compra diminuem. A pergunta é: quais serão os efeitos da crise para as festas de fim de ano? As projeções são pessimistas segundo empresários e entidades representantes do comércio. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta vendas 4,1% menores que as de 2014 para o varejo físico neste Natal.  Em outras datas comemorativas, os números foram decepcionantes em 2015. Segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), as vendas caíram 8,95% no Dia das Crianças, 7,82% no Dia dos Namorados, 4,93% na Páscoa, 0,59% no Dia das Mães e 11,21% no dia dos Pais. (Veja.com Economia, 17/10/2015). O consumo cai, mas não desaparece. As pessoas cortam os gastos, mas não deixam de comemorar. As festas abundantes são substituídas por reuniões mais modestas. As mesas fartas com produtos caros ficam mais singelas. Os presentes são substituídos por lembranças. O amigo secreto reduz a despesa com a compra de presentes para todos os amigos do trabalho ou para todos os membros da família. A busca por promoções e pacotes nos salões de beleza é uma alternativa. A troca de serviços e produtos entre profissionais liberais e amigos pode ajudar na hora de organizar uma festa ou uma viagem. Enfim, os efeitos da crise podem ser negativos na economia, mas não devem ser um obstáculo para a aproximação e o fortalecimento dos vínculos entre as pessoas. Para Leonardo Boff, a crise representa purificação e oportunidade de crescimento. Sejamos, então, criativos para encontrar boas alternativas e criar novas parcerias.

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