Vereadores aprovam CPI para apurar contrato com a empresa da Máfia da Merenda
Na sessão da última terça-feira (27), os vereadores de Ibiúna abriram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar possíveis irregularidades na terceirização da merenda escolar no município. A proposta do vereador Carlinhos Marques (PSB), que não teve assinaturas suficientes no início de setembro, foi reapresentada e agora teve sete assinaturas (o mínimo exigido era cinco). A CPI irá investigar contrato emergencial da Prefeitura de Ibiúna com a SP Alimentação e Serviços para terceirização da merenda escolar. Segundo o vereador autor da proposta, o contrato foi firmado com uma empresa acusada pelo Ministério Público de São Paulo, Minas Gerais e Paraná de ser o pivô de um esquema que ficou conhecido como a “Máfia da Merenda”.Além disso, Carlinhos alega não ter embasamento jurídico a Prefeitura realizar a contratação emergencial no fim de junho, se em julho os alunos estariam em recesso, já que o contrato foi assinado em 26 de junho. Pesa contra, o fato de a empresa utilizar mão de obra da Prefeitura na cozinha das escolas. “Se é para terceirizar a merenda, tem que se responsabilizar pelos encargos trabalhistas, como está no contrato. Não é o que vimos em Ibiúna. As merendeiras continuavam sendo do município, o que não estava previsto no contrato”, destacou Carlinhos.Na primeira proposta para a CPI, assinaram apenas os vereadores Carlinhos, Pedrão da Água (Pros), Jair Marmelo (PCdoB) e Abel do Cupim (Solidariedade). Nessa semana, juntou-se ao grupo Beto Arrais (PPS), Rozi da Farmácia (PV) e Luizinho do Depósito (PMDB), do partido do prefeito.O fato que levou os vereadores a assinarem a nova proposta de Comissão Parlamentar de Inquérito foi de o vereador Beto Arrais trazer a Câmara os valores dos três meses de contrato. Da segunda quinzena de julho a primeira de outubro, a empresa emitiu nota no valor de R$ 1,397 milhão a Prefeitura. Para Carlinhos Marques, o valor corresponde a todo montante gasto em anos anteriores, quando a merenda ainda era totalmente municipalizada. “No mês de outubro foram 06 dias de aula na primeira quinzena e o valor apontado pela empresa é de R$ 200 mil”, criticou.Agora, na próxima sessão da Câmara, o presidente Rodrigo de Lima (PCdoB) irá nomear os outros dois integrantes da Comissão. O presidente da CPI, por ser o autor da proposta, será o vereador Carlinhos Marques. “Esperamos que o presidente da Câmara nomeie para a comissão aqueles que foram favoráveis a CPI”, sugeriu o vereador Pedrão da Água.Não assinaram o pedido de CPI os vereadores: Paulinho Sasaki (PTB), Odir Bastos (PSC), Israel Zaia (PSDB), Paulinho Dias (PR), Aline do Rosarial (DEM), Rodrigo de Lima (PCdoB), Leôncio Ribeiro (PDT) e Devanil da Ressaca (PMDB).