Uma VOZ no tunel do tempo
Em 1989, aqui em Ibiúna, um pequeno grupo de idealistas reuniu-se para montar um jornal. Naquela época, em nossa cidade, quase não havia jornal local. Apenas circulavam os grandes jornais. As notícias eram sobre o que acontecia no país e no mundo. A população, então, tinha pouco ou nenhum acesso às notícias locais. E, como a maioria da população não lia os grandes jornais, além de não terem acesso as notícias locais, também não o tinham às notícias nacionais e internacionais.Pensou-se , então, fazer um jornal com informações locais, dando ênfase aos dados significativos do município, as realizações locais, o valor da vida, a passagem do tempo, temas e inquietações que povoam a mente de todos.A cada edição a história de um bairro seria relatada: costumes, necessidades, educacionais, médicas,etc., informações sobre o passado, sobre a sociedade que conviveu com uma realidade inteiramente diversa da atual. Para tanto, fariam-se entrevistas com aqueles que conviveram com os fatos. Os mais variados assuntos tais como, educação, indústria, violência, agricultura, política, intrigas, esportes, discriminações fariam parte do conteúdo do jornal. As edições seriam mensais, já que o custo era alto e não era fácil conseguir anunciantes. Mais tarde, isto tornou-se possível e, fazer o jornal com mais frequência.Com o tempo, o grupo inicial do jornal se dispersou. Alguns, no entanto, permaneceram – principalmente a incansável e grande lutadora Júlia Tanaka – e levaram avante a idéia do grupo de idealistas que o criaram.E,assim, passaram-se 25 anos. Após esses anos todos, o VOZ DE IBIÚNA, ainda permanece forte e aguardado por muitos assíduos leitores, com grande ansiedade.Poderíamos escrever um romance sobre tudo que ocorreu até agora. Mas, nos limitamos a agradecer a esse grupo batalhador que ainda acredita que o conteúdo da notícia relatada com ética profissional seja o caminho para grandes transformações. Como afirmou Martin Claret “a mensagem (racional, prática ou emocional) de um jornal é sempre intelectual e pode ser revivida a cada momento. O conteúdo estático em si, dinamiza-se em função da assimilação das palavras pelo leitor que pode discuti-las, reafirmá-las, negá-las ou transformá-las”.
Glória Piletti