Colunistas

Uma nova eleição

Ana Cristina Piletti

Estamos diante de uma nova eleição. E não é somente por causa dos candidatos, do atual cenário político e dos recentes acontecimentos no panorama eleitoral. Mas, principalmente, pela forma como nós, eleitores, somos informados e podemos interagir com tudo isso. Se você não acredita nisso, pense no seguinte: quantas notícias sobre os candidatos e as eleições você tem recebido pelo celular ou compartilhado pelas redes sociais? Com que frequência você tem assistido ou ouvido na rádio os programas eleitorais? Como você tomou conhecimento sobre o recente atentado a um dos candidatos, por exemplo?
Antigamente a forma mais rápida de obter informações atualizadas era por meio dos tradicionais veículos de comunicação, como a TV, o rádio ou o jornal diário. Hoje, a realidade é outra. É claro que ainda existem muitas pessoas fiéis a estas mídias, porém, é quase impossível não ser impactado, mesmo que indiretamente, por estas novas tecnologias. Afinal, amigos, colegas de trabalho e parentes comentam sobre os conteúdos compartilhados.
Com verbas reduzidas, após o Supremo Tribunal Federal proibir doações de empresas a campanhas eleitorais, as mídias digitais tornaram-se recursos estratégicos, especialmente para os candidatos com menor tempo no rádio e na televisão. Além de custos mais baixos, conta-se com o benefício da agilidade com a qual a informação é propagada. Os eleitores também podem democraticamente expressar suas opiniões e interagir com outras pessoas e com os próprios candidatos e suas equipes.
Contudo, torna-se mais fácil disseminar informações falsas, as denominadas fake news. Ainda, nestas mídias, fica mais difícil controlar as ofensas verbais, garantir o direito de resposta e, na mesma velocidade, reparar os prejuízos causados a imagem de um candidato, por exemplo.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2016), 70% dos brasileiros têm acesso à internet e o celular é o meio mais utilizado para acessá-las. Logo, as mídias tradicionais ainda terão um papel especial nas eleições, principalmente, no norte e nordeste, onde o acesso à internet é mais reduzido segundo a referida pesquisa. No entanto, a nova configuração digital destas eleições é inegável. E, neste ambiente virtual, candidatos e eleitores terão mais liberdade e, portanto, deverão ter mais responsabilidade.

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