Uma eleição conforme a situação do país
A cada semana uma nova surpresa no processo eleitoral no Brasil. Na passada, um atentado ao candidato Jair Bolsonaro (PSL) foi notícia em todo o mundo. Um homem, em meio a uma multidão de adeptos a candidatura do militar, tentou golpeá-lo com uma faca. Submetido a cirurgias e com gravidade, Bolsonaro assistiu no hospital a divulgação do último levantamento do Ibope em que ele subiu 4% das intenções de votos e alcançou a casa dos 26, maior índice do capitão em todo o processo até agora – a pesquisa foi divulgada ontem (11). No mesmo dia, o Partido dos Trabalhadores (PT) finalmente oficializou o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, como o candidato petista ao Palácio do Planalto. Na manhã de ontem ainda, a Polícia Federal prendeu o ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), candidato ao Senado, apontado pelo Ministério Público como chefe de uma organização criminosa que fraudou licitação de mais de R$ 70 milhões para manutenção de estradas rurais, quando governador do Paraná. É o primeiro político tucano, detentor de cargo executivo, preso na Operação Lava Jato, fato que prejudica ainda mais as pretensões do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de ser o presidente do país.
A eleição de 2018, sobretudo para o cargo de presidente da República, nunca foi tão conturbada. São situações emblemáticas em meio ao processo que definirá os líderes da nação para os próximos quatro anos. Com todo esse quadro, é até bizarro saber que o líder nas pesquisas não pode concorrer por estar preso e condenado e o novo favorito está internado, por ter sofrido um atentado ainda muito estranho, que carece esclarecimentos. Pela primeira vez nos últimos 20 anos, a indefinição sobre o candidato que disputará o segundo turno ainda é grande. Cinco nomes estão na disputa, entre eles, o substituto do ex-presidente Lula, Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT), Geraldo (PSDB) e Marina Silva (Rede), além, é claro, do favorito, pelo menos no primeiro turno, Jair Bolsonaro.
A eleição, no entanto, é apenas uma demonstração de como está o país. Assustado, dividido, com uma situação financeira deplorável, com mais de 13 milhões de desempregados e sem perspectiva para o futuro. Tudo isso a menos de um mês para o primeiro turno. Salve, o Brasil!
Uma boa leitura a todos e até a próxima edição.