Teflon, peroba e gororoba
A impressão que se têm, atualmente, é de que vivemos imersos num caldo da corrupção.E, a cada dia, novos ingredientes vão sendo acrescentados à esse caldo que, às vezes, entorna.Ficamos sabendo então, que já não se trata de desvios de milhões, mas de bilhões de reais. Desnecessário é enumerá-los aqui, pois estão diariamente nos jornais, revistas e televisão. Melhor, então, falar dos cozinheiros que produzem a gororoba que temos que engolir.Há o cozinheiro inexperiente, que se queima ao primeiro entorno do caldo. Há aquele que, por ter certo traquejo, custa mais a se queimar. Porém se queima, e, assim como o primeiro, vai para a cadeia. Há, ainda, o cara de pau, que recorre ao óleo de peroba e vai levando a justiça na conversa e evitando a cadeia. De cada categoria desses cozinheiros, há inúmeros exemplos que, para não cometer injustiças, evito citá-los.Há um tipo de cozinheiro, no entanto, que jamais se queima, pois, ao nascer, parece ter sido batizado com teflon. Um exemplo disso é, segundo o jornalista Ruy Castro, o Lula. ” O menino Lula, na distante Garanhuns (PE), em 1945, parece ter tido direito a um elemento especial em sua água de batismo: o teflon – nome comercial do politetrafluoretileno, substância química composta de resinas usada para impermeabilizar utensílios, principalmente panelas. Com o teflon, os resíduos de gordura, óleo e outras impurezas não pegam – lavou, está limpo.” (Folha de São Paulo, 11/04/2014). Em seguida, o jornalista explica: “Lula, em seus dois governos, produziu uma coleção desses resíduos.(…)Exemplos: o caso Celso Daniel, a máfia dos Gafanhotos, o escândalo dos Frangos, o enangate, o caso Waldomiro Diniz (ou escândalo dos Bingos), as acusações de corrupção contra vários de seus ministros, a crise dos Correios, o episódio dos dólares na cueca, a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo, o escândalo dos Sanguessugas.E mais a CPI das ONGS, as operações Confraria, Dominó, Saúva, Satigraha, Furacão, Navalha, e Xeque Mate, os casos Kroll e Rosemary Noronha, o escândalo dos Aloprados e dos Cartões Corporativos, e sem esquecer o mensalão. Nada disso pegou em Lula. O teflon com que foi batizado era de primeira.Dilma, parece, não teve esse privilégio. Aliás, nem o fracasso de Dilma corrói o teflon de Lula.”(Idem) E, todos nós, que igualmente não tivemos esse privilégio, temos que engolir essa gororoba que corrói as paredes de nosso estomago.
Claudino Piletti