Represa

Saneamento básico e nível da represa são pauta de reunião anual da SOS Itupararanga

Fernando Moraes

No último dia 10, foi realizada a tradicional reunião anual da SOS Itupararanga, encontro que reúne associados, diretores e conselheiros da ONG, além de uma rede de pessoas que apoiam o trabalho da entidade, de representantes de condomínios, autoridades municipais, pesquisadores a representantes da Sabesp. Na pauta, além do trabalho desenvolvido ao longo de 2022, foi destaque a situação do saneamento básico no município e sua relação com a poluição dos rios e da represa Itupararanga.
A questão do esgoto de Ibiúna é uma grande preocupação que vem de décadas. Como o município é o que abrange a maior parte da represa de Itupararanga e muito dos detritos são jogados nos rios e vão parar no reservatório, o debate em torno do assunto tem crescido. Para atualizar as informações sobre o saneamento em Ibiúna, a ONG contou com a participação do Engenheiro Químico da SABESP, Alexandre Vieira, que apresentou um dado alarmante. Embora a Companhia tenha investido, ao longo dos anos, muito dinheiro para a implantação de sistemas de esgoto no município, a adesão da população para fazer a ligação na rede é quase inexistente. Um dado que ilustra isso é o sistema do Paruru, onde foram investidos cerca de R$ 5 milhões para a construção de uma Estação de Tratamento de Esgotos para 500 ligações de esgoto, mas, que até o momento, apenas três foram concretizadas.
De acordo com autoridades municipais, o problema esbarra no financeiro. Para o secretário de Meio Ambiente de Ibiúna, Antonio Rafael Dias Ribeiro, a população alega não ter dinheiro para fazer as ligações. Por isso, de acordo com ele, alternativas estão sendo avaliadas, como o custeio feito pela prefeitura, com restituição posteriormente no IPTU. “Mas ainda são apenas ideias, que, ainda que sejam colocadas em prática, necessitam de legislação municipal para isso”, pontuou o secretário.
Mesmo com a baixíssima adesão da população, a SABESP trabalha com a meta de atingir 100% de saneamento básico em Ibiúna até o ano de 2033.

Drone para a GCM
Historicamente, a SOS Itupararanga tem sido parceira da Guarda Municipal, desde a criação da Patrulha Náutica, no ano de 2005. Para fortalecer esta parceria e colaborar no atendimento a denúncias de agressão ao meio ambiente, a ONG doou um Drone de última geração, equivalente aos utilizados nesta última Copa do Mundo no Qatar, para auxiliar na prevenção e no monitoramento de atividades nas áreas protegidas de Ibiúna.

GT de Crise Hídrica
Ao longo da reunião, apresentada pelo presidente da ONG João Rodarte e conduzida pela diretora executiva Viviane Oliveira, foi destacado o trabalho do Grupo de Trabalho de Crise Hídrica, que tem trabalhado periodicamente para monitorar a situação do nível da represa, para evitar que aconteçam crises como a de 2021. Pesquisador da UFSCAR e coordenador do GT, o professor André Cordeiro dos Santos apresentou propostas em discussão em Sorocaba para desafogar a represa, como a adição de mais uma captação no Rio Sorocaba, próxima a divisa entre Sorocaba e Votorantim.
A SOS Itupararanga informou que está buscando recursos financeiros para a realização do balanço hídrico da bacia de drenagem da represa, e para que este estudo seja aprofundado, o condomínio Veleiros de Ibiúna e o Clara Resort informaram, ao vivo, que irão colaborar financeiramente para um diagnóstico com a situação real da represa.

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