EducaçãoSegurança

Escolas e Segurança

Equipe de Gestão da Escola
Maria Angerami Scalamandré

A aguda crise da educação brasileira vem tornando muito difícil a construção de uma educação pública de qualidade e, também, o enfrentamento de novos desafios que se colocam para as escolas. Entres estes, destaca-se o problema da violência e da segurança. Nos grandes e médios centros urbanos brasileiros, o problema da segurança pública tornou-se crucial para as escolas. Em Ibiúna, por exemplo, a questão atinge, hoje, dimensões alarmantes. Na reunião do CONSEG, realizada no início de maio, representantes da EE Maria Angerami Scalamandré e da EE Professora Laurinda Vieira Pinto apresentaram relatos detalhados das dificuldades enfrentadas na área de segurança. Desde o ano de 2017, grupos de adolescentes, circulam diariamente pelas áreas externas do entorno das escolas, jogando pedras e garrafas dentro das instalações escolares, subindo nos muros, danificando instalações e equipamentos e ameaçando alunos, funcionários e professores. Na EE Maria Angerami Scalamandré chegaram mesmo a invadir a escola, depredando portas e corredores. Há ainda indícios de que esses adolescentes possam estar envolvidos em atividades ilícitas e alguns já foram apreendidos por órgãos policiais em diversas oportunidades. Ambas as escolas informaram oficialmente às instâncias cabíveis sobre a questão e, nesse sentido, é indispensável registrar que sempre contaram com o fundamental apoio da Polícia Militar, da Prefeitura do município e da Guarda Civil Municipal. Entretanto, os efetivos policiais disponíveis na cidade não permitem um patrulhamento incessante das escolas persistindo, portanto, uma situação de insegurança. Assim que os policiais militares e guardas municipais retiram-se das escolas, os adolescentes retornam. É importante observar que a existência desses grupos de adolescentes, em visível situação de extrema vulnerabilidade social, relaciona-se a questões que ultrapassam o âmbito da questão da segurança propriamente dita. Dizem respeito, em parte, ao severo quadro de dificuldades sócio-econômicas que afeta há vários anos o município de Ibiúna e que foi muito ampliado pela recessão em que o país mergulhou a partir de 2015.
Muitos desses jovens pertencem a famílias desestruturadas que vivem em precária situação econômica e que não possuem nenhuma perspectiva real de superação das dificuldades. É consenso entre os especialistas em segurança pública que a superação dos problemas, necessariamente pela articulação de políticas de prevenção, de proteção social e recuperação econômica, mas é forçoso reconhecer que, emergencialmente, no caso das escolas de Ibiúna, é essencial encontrar maneiras de aumentar os efetivos policiais e ampliar o policiamento nas unidades escolares. Enquanto isso não ocorrer, o problema da insegurança persistirá e as escolas continuarão a lidar diariamente com uma situação na qual alunos, pais, professores e funcionários estão expostos a constantes e graves riscos.

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