Represa

Represa de Itupararanga está próximo do volume morto

Com 29,87% de sua capacidade, aferido na terça-feira (3), a Represa de Itupararanga está com menos de 818 m. Segundo a ONG que atua na defesa do manancial, a SOS Itupararanga, apenas com 10m a menos da cota (807,5 m) a represa estará operando em seu volume morto, o que significa reserva técnica de água – nome que se dá à reserva de água mais profunda das represas, que fica abaixo dos canos de captação que normalmente são usados para retirar água da barragem para seu uso.
Diante da grave situação, está previsto para amanhã (dia 6), uma reunião do Comitê da Bacia Hidrográfica do Sorocaba e Médio – Tietê (CBH-SMT), que pode decidir pela redução imediata da vazão do reservatório neste período de estiagem.
Em uma reunião que aconteceu na semana passada, dia 28, a Votorantim Energia apresentou os resultados dos estudos que apontam a gravidade da crise hídrica que atinge o reservatório de Itupararanga. A Votorantim apresentou ao comitê informações sobre a situação do reservatório, diante da crise hídrica mais grave os últimos 91 anos. Thiago Nogueira, coordenador de sustentabilidade da empresa, lembrou que a Votorantim tem se reunido com todos os setores, com os principais responsáveis e representantes da sociedade civil, para a gestão de crise atual e definições futuras, e a importância de envolver a SOS Itupararanga como representante da comunidade.
De acordo com os levantamentos realizados, as chuvas de julho apresentaram índices próximos aos do mês passado, com cerca de apenas 40% das chuvas esperadas para o período de acordo com as médias históricas, o que reforça as chances de o reservatório atingir o nível mínimo operacional (cota 817,5m) entre os meses de setembro e outubro. Em julho, a vazão afluente (que entra) somou 3,39 m³/s, enquanto a saída de água se manteve com os 8,15 m³/s para a geração de energia e abastecimento da cidade de Sorocaba. A Votorantim esclareceu que é possível manter a geração de energia mesmo que se reduza a vazão e o reservatório atinja a cota 807,5m (nível mínimo), mas que se necessário e deliberado pelos órgãos reguladores, a atividade poderá vir a ser interrompida com o desligamento da usina.
Outros impactos da escassez hídrica também foram apontados pelos participantes: a mortandade de peixes e outros organismos; a formação de poças d´água no fundo da represa desconectas do espelho d´água; os prejuízos à fauna silvestre que habita o entorno; a tendência de aumento da pesca predatória, pois, com o recuo da água, os peixes estão migrando em direção à barragem, ficando restritos àquela porção da represa em alta quantidade concentrada. Visando as medidas imediatas necessárias, o Comitê de Gestão da Crise Hídrica criado pelo CBH-SMT já está levantando os dados relativos às captações realizadas ao longo do Rio Sorocaba para analisar os efeitos decorrentes da redução da vazão do reservatório sobre o abastecimento público das outras cidades à jusante da barragem.

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