Quando a morosa justiça é feita
No Brasil há um ditado que diz: “a justiça tarda, mas não falha”. A frase não é totalmente verdadeira, mas, as vezes, dá certo. O caso envolvendo o ex-prefeito Zezito Falci e sua irmã Yóli Falci de Mello é prova disso. Após uma lei arbitraria em que a irmã do então prefeito, no fim da década de 80, após ficar viúva, teria de receber uma pensão vitalícia do município, sob o argumento de que seu marido era secretário municipal, época em que faleceu, a Justiça decidiu que o valor terá de ser ressarcidos aos cofres públicos. A lei, sem precedente, foi julgada irregular pela justiça já em 2006, quase 20 anos depois da concessão do benefício, que foi cessado.
Passados agora 30 anos do início da irregularidade, a justiça federal decretou que os envolvidos na trama, Zezito e Yóle, terão de devolver cerca de R$ 385 mil aos cofres municipais. Pelo jeito, a justiça está próxima de ser feita, quase três décadas depois.
Não somente na esfera municipal, mas também na nacional, o que temos visto é, ainda que possa ter algumas distorções, a justiça está sendo feita. Principalmente àqueles que, de uma forma ou outra, estão sendo punidos pelo mal uso do dinheiro público ou por benefício próprio por conta do cargo público que ocupa. A expectativa é que as autoridades possam ter ciência de que, ainda que demore, a justiça virá e aqueles que cometem irregularidades contra o patrimônio público, desviando para outros fins dinheiro da educação, da saúde, do saneamento básico e da segurança pública, terão que se entender com a justiça. O “jeitinho brasileiro” não mais prosperará e em todo o país, onde para tudo se dava um jeito, os poderosos da construção civil, dos frigoríficos e até do ‘transporte coletivo’ estão indo para a cadeia, assim como ex-ministros de Estado, ex-Governadores, ex-presidentes de Congresso e outras figuras importantes do cenário nacional, sem contar aqueles que estão tendo que devolver dinheiro conquistados ilícitamente.
Assim caminhamos, acreditando que de tudo que temos visto possa servir de esperança para que em um futuro próximo, nosso país, nosso estado e nossa cidade possa vivenciar, de verdade, uma política mais justa, com investimentos reais na saúde, na educação, na melhoria das estradas, na geração de empregos e outras benesses que tanto necessitamos.
Uma boa leitura a todos e até a próxima edição.