Profissionalização e Qualidade na Gestão Pública
Governar uma nação, um estado ou um município é uma tarefa nobre e desafiadora. Certa vez, o ex-presidente americano Bill Clinton desabafou: “Ser presidente é como administrar um cemitério. Há um monte de gente embaixo de você, mas ninguém escuta”. Diferentemente de uma empresa privada na qual os gestores administram recursos particulares, suprem necessidades de alguns e sobrevivem da concretização de resultados e do bem privado, na organização pública, os dirigentes administram recursos dos outros, atendem necessidades de muitos e sobrevivem da prática de tarefas burocráticas, troca de favores políticos e realização da vontade geral.
O escritor americano Max Lucado, com muita sabedoria, lembrou “o homem que quiser conduzir a orquestra tem de dar as costas ao público”, ou seja, governar é decidir e gerir pelo bem e não pela vontade geral. Assim, como uma orquestra, uma gestão pública eficiente e de qualidade, depende, sobretudo, de técnica, profissionalismo, disciplina, comprometimento e de um maestro que defina como os “músicos” tocarão a obra, além de inspirá-los para que, percebam os princípios que regem o “concerto”.
Realizar um planejamento estratégico articulado entre as áreas da administração pública, estabelecer metas para o secretariado, cobrar o plano de ações de cada setor e acompanhar resultados são práticas básicas de gestão que podem ser realizadas quando há uma equipe competente, preocupada com o desenvolvimento e o bem estar social. A tarefa torna-se complexa quando os vícios e vaidades políticas corrompem a finalidade institucional do governo. Afinal, se em toda organização humana há fraquezas técnicas e morais, assim como destacou o ex-presidente brasileiro Getúlio Vargas ao descrever seu governo “metade dos meus homens de governo não é capaz de nada, e a outra metade é capaz de tudo”, cabe ao gestor monitorar e minimizar esses riscos dia a dia.