Colunistas

Privatização da Sabesp em São Paulo já cheira mal

Fernando Moraes

A privatização da Sabesp, uma das maiores empresas públicas do Brasil e a maior do estado de São Paulo, está gerando uma série de controvérsias e preocupações. Reproduzo aqui denúncia que publicamos na página da Campanha Nacional por Direitos Sociais, que se posiciona fortemente contra essa privatização. Ressalto que é mais uma estratégia neoliberal para transferir patrimônio público para a iniciativa privada, sem considerar os interesses da população.
De acordo com o jornal Brasil de Fato, o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) está vendendo ações da Sabesp a um valor 44% abaixo do que seria considerado justo. Essa subvalorização levanta questões sobre a real motivação por trás da privatização e quem realmente se beneficiará desse processo. Além disso, há um claro conflito de interesses, já que o chefe da Sabesp, que deixou seu cargo na Equatorial apenas sete meses antes, agora vê sua antiga empresa como a única interessada na privatização.
A Equatorial, futura dona da Sabesp, tem um histórico preocupante. Reportagens destacam que a empresa é conhecida por tarifas recordes e uma alta quantidade de queixas. O plano da Equatorial para a Sabesp inclui cortar gastos com funcionários e aumentar a distribuição de lucros aos acionistas, o que normalmente resulta em demissões e precarização dos serviços prestados.
Guilherme Boulos, do PSOL, comparou a Equatorial à Enel, a concessionária de energia elétrica de São Paulo, conhecida por episódios de apagão que deixaram a cidade sem energia por dias. A promessa da privatização de melhorar os serviços e reduzir tarifas raramente se concretiza; ao invés disso, frequentemente se observa o contrário: serviços precarizados, sucateamento das infraestruturas e aumento de tarifas. Essas consequências afetam diretamente a população, especialmente os mais vulneráveis, que dependem desses serviços básicos para viver.
A Sabesp não é apenas uma empresa; é um pilar essencial na vida de milhões de paulistas, fornecendo um recurso vital: a água. A privatização, se não for bem conduzida e regulada, pode transformar esse recurso essencial em uma mercadoria inacessível para muitos, agravando ainda mais as desigualdades sociais.

Comments

comments