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Por quem os fogos espocam

O título deste texto me foi inspirado por aquele do livro do escritor norte-americano Ernest Hemingway, intitulado POR QUEM OS SINOS DOBRAM. Nele o autor trata da Guerra Civil Espanhola, da qual ele participou como voluntário. Nessa guerra, que ocorreu entre 1936 e 1939, morreram mais de um milhão de pessoas. Daí o título de seu livro.Se Hemingway voltasse hoje ao nosso mundo e viesse para Ibiúna, espantar-se-ia com o foguetório e, então, talvez decidisse escrever um livro com o sugestivo título POR QUEM OS FOGOS ESPOCAM. Parece que tudo, aqui, é motivo para foguetear: vitórias no futebol ou na política, festas religiosas ou profanas, aniversários de pessoas ou instituições, inaugurações de obras públicas ou privadas, etc. E, ultimamente, surgiu mais um motivo para foguetório: comemorar a periódica troca de prefeito. Assim, pode-se dizer que os ibiunenses não passam quase nenhum dia sem foguetório. E, se o desenvolvimento de uma cidade fosse medido pelo consumo per capita de fogos, Ibiúna seria, talvez, uma das cidades mais desenvolvidas do Brasil.Bom para quem gosta de foguetório e ruim para quem não gosta. E, entre os que não gostam,   estão os cachorros.Conta-se que na campanha das últimas eleições, o candidato petista ao governo de Minas Gerais, Fernando Pimentel, que detesta fogos de artifício, foi recepcionado numa cidade do interior com um foguetório para ninguém botar defeito. O candidato imediatamente se encolheu. E, seus  acompanhantes, sem saber o porque daquela atitude, se entreolharam.Acho que na última encarnação eu fui um cachorro…Desculpou-se o candidato. Todos, então, começaram a rir.

Claudino Piletti

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