Os desafios das mulheres no século XXI
Por Carolina Saito
No início do século XX, as mulheres russas e estadunidenses iniciaram os movimentos por melhores condições de trabalho e por direitos políticos que, consequentemente, levaram à comemoração do Dia da Mulher em alguns países. Somente em 1975 a ONU reconheceu o dia 8 de março como data comemorativa do dia Internacional da Mulher.
No Brasil, a condição das mulheres piorou com a política econômica neoliberal e as consequentes reformas trabalhista e na Previdência Social do Governo Bolsonaro, que impactam negativamente nos salários e na empregabilidade das mulheres. Em comparação com os homens, o índice de desemprego é maior entre as mulheres. E as mulheres negras são mais vulneráveis pela baixa escolaridade, por terem filhos e pela própria questão racial. Muitos empregadores não contratam mulheres com filhos pequenos. Infelizmente elas estão sujeitas ao trabalho precário e/ou ao trabalho informal, sem nenhum direito trabalhista.
Além das questões básicas de sobrevivência, muitas mulheres são vítimas da violência doméstica, do desrespeito e do feminicídio, que é um problema mundial e ocorre em todas as classes sociais, mas que no Brasil atinge números alarmantes. A violência política é usada para intimidar e silenciar as mulheres que lutam bravamente pelos Direitos Humanos, como aconteceu com a vereadora Mariele Franco, brutalmente assassinada há 3 anos. O caso ganhou repercussão mundial e Mariele recebeu inúmeras homenagens, mas o crime não foi esclarecido até o momento.
Diante dos retrocessos que estamos vivenciando desde o golpe de 2016, os desafios das mulheres no século XXI são enormes e vão além dos seus papeis sociais. Elas necessitam estudar continuamente para se adequarem às mudanças do mercado de trabalho e estar bem informadas quanto ao mundo e ao seu país para ser uma pessoa atuante na sociedade e presente na educação dos filhos. A escola tem um papel importante de abordar em seu currículo a questão de gênero e combater os preconceitos e a misoginia. É preciso que as pessoas parem de olhar somente para o próprio umbigo e olhem para o próximo com amor, empatia e compaixão. E que cada 8 de março não seja apenas para homenagear as mulheres, mas um dia para a conscientização da luta pelos direitos das mulheres do mundo inteiro.