Colunistas

O melhor remédio

Claudino Piletti

 

Nosso país está doente. Gravemente doente. Segundo alguns historiadores, ele já teria nascido doente. E, o nome da doença, é corrupção. Mas, felizmente, é uma doença que tem remédio. Um remédio amargo, é verdade, mas eficaz. O nome do remédio é cadeia.Trata-se de um remédio de difícil aplicação. Sobretudo naqueles que mais precisam do tratamento. Mas, ultimamente, vem sendo aplicado com relativa frequência. Renasce, assim, a esperança de que esta doença, responsável por tantos males, seja erradicada. Ou, ao menos, controlada.

O mais grave dessa doença, é que ela atinge justamente os que deveriam ser imunes a ela. É mais grave porque, como diz o provérbio latino, “corruptiooptimi péssima”, ou seja, “a corrupção do melhor é a pior das corrupções.

“O melhor”, ou aquele que deveria ser o melhor, refere-se aqui, à aquele que ocupa cargos como presidente da República, presidente da Câmara, do Senado, de deputado, senador, governador, prefeito, vereador, etc. A corrupção desses é péssima porque servirá de mau exemplo ao povo em geral.

Mas, se quem os elege é o povo, o que dizer desse povo? Para o Marquês de Maricá (1773-1848) “um povo corrompido não pode tolerar governo que não seja corruptor”.

Por isso, talvez, além de aplaudir a operação Lava Jato que coloca na cadeia nossos “melhores” corruptos, precisamos pensar se esse remédio, por si só, erradicará a doença da corrupção. É claro que, se a doença da corrupção é contagiosa, o melhor remédio, a curto prazo, é isolar o doente colocando-o na cadeia. A longo prazo, porém, o melhor remédio ainda é a educação. Mas, uma educação centrada no ensino da ética. Caso contrário, o melhor remédio continuará sendo a cadeia.

A propósito, o escritor francês Victor Hugo (1802-1885), afirmou: “Abrir uma escola é fechar uma prisão”. E, para o escritor inglês H.G. Wells (1886-1946) “entramos numa corrida entre educação e catástrofe”.

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