ColunistasNotícias

O avesso da máscara

Professor Zacarias

Em tempos de pandemia, as preocupações estão voltadas para a proteção contra o contágio pelo vírus Covid-19. Para tanto, tornou-se obrigatório o uso da máscara. Retrocedendo na história, veremos que a origem dessa prática está em três das mais antigas civilizações: China, Egito Antigo e Grécia Antiga, nos séculos IX a.C, VII a.C e VI a.C. Utilizadas em rituais, elas faziam parte da cultura desses povos. O que incomoda na atualidade não é o fato de não estarmos acostumados com ela e sim o fato de usá-la para mascarar a realidade ou para inverter o sentido das coisas. Percebe-se tal intenção em todas as nuances da vida política, econômica e, principalmente aquelas relativas às práticas sociais mundo afora. Vivemos em meio a incertezas, desvio de informações, defesa de interesses e, o pior, a tentativa de reintroduzir ideologias que cultivam, ao invés de empatia, práticas de cunho discriminatório.
De todas as distorções de ideias, a mais cruel é a discriminação racial. Desde o fim da segregação racial nos EUA, na década de 60, grupos minoritários ainda tentam hastear a bandeira do racismo. As recentes mortes dos negros George Floyd e David Dorn nos EUA comprovam essa intenção. No Brasil, vimos o caso do garoto Miguel Otávio, filho de empregada doméstica, que morreu ao cair do 9º andar de um prédio no Recife. Até o momento, o fato de ser filho de uma empregada doméstica que é negra, também tem gerado polêmica. Quem alimenta essas ideias ignora que não existe outra raça senão a humana e que, negros, brancos ou amarelos, são todos da mesma espécie. Reflitamos enquanto estamos de máscara, para que, ao tirá-la, possamos realmente enxergar nossos semelhantes como seres humanos.

Comments

comments