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No calor das queimadas, eleições geladas

Em meio ao calor das queimadas, as eleições andam um tanto geladas, ou seja, não despertam o interesse e o entusiasmo dos eleitores. Uma das causas disso é, certamente, o desgaste da imagem dos políticos em geral. Essa do senador pego escondendo dinheiro roubado na cueca é apenas a ponta do iceberg, pois, não são poucos os políticos investigados e os já afastados de seus cargos por corrupção. Não é sem motivo, portanto, que em mais de 100 municípios do país há apenas um candidato a prefeito. Em outros, há muitos, porém pouco a escolher. E, além disso, há o risco de, ao ir votar, entrar numa gelada, ou seja, pegar o coronavírus.
Por isso, mais que nunca, o voto deveria ser facultativo, como o é em países desenvolvidos. Aí só iriam votar os que vendem seu voto e os que acreditam poder, através dele, melhorar a situação de todos. Mas, geralmente, só melhora aquela dos que são eleitos.
No momento, pior do que eleições geladas são as queimadas. Foram detectados, neste ano, mais de 100 mil focos de incêndios na floresta amazônica e mais de 20 mil no pantanal. E, até hoje, não sabemos as causas desses focos. O certo é que não devem ter surgido espontaneamente.
Quando não se sabem as causas, todas as hipóteses, por mais estapafúrdias que sejam, têm seguidores. Por isso, na esperança de conseguir alguns seguidores, apresento a minha. Para mim, a culpa é do ex-presidente Sarney, autor do livro “Marimbondos de fogo”. Ora, se muitos acreditam que alto número de focos de incêndio não são obras de humanos, nada os impedirá de acreditar que são obras de marimbondos de fogo que, em enxames, fugiram do livro do nosso ex-presidente escritor, para tacar fogo no que há de mais belo e valioso em termos de flora e fauna em nosso país. Oxalá esses marimbondos da peste deixem de tacar fogo em nossas riquezas naturais e venham derreter o gelo de nossas friezas eleitorais.

Claudino Piletti

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