Mata Atlântica é triturada à vista de todos em Ibiúna
Ibiúna- Bairro do Curral, altura do KM 67 da Rod. Bunjiro Nakao, em frente a Madeireira Mil. Foi no domingo dia 24 de Novembro de 2013, diversas máquinas de grande porte, usando correntões que trituravam a mata, os saguis, bugios, cobras, lagartos, aves, e toda a imensa quantidade de vidas e espécies contidas dentro de uma floresta, além da própria floresta. Outras máquinas poderosas jogavam tudo, vidas esmagadas e flora para as partes baixas, que iam logo sendo enterradas para apagar seus vestígios. Toda a vizinhança testemunhou a debandada dos animais que sobreviveram aos correntões pelas áreas vizinhas, atravessando a rodovia a até sendo atropelados, outros ficaram numa pequena área num canto e são atropelados ao buscarem melhor abrigo, segundo testemunhos da vizinhança, todos chocados, revoltados e entristecidos com a destruição total da floresta; mas que não acordam nunca para a defesa do bem e da justiça e acham que com o poder econômico e político não se mexe, abdicando de construir um país decente para si e sua descendência. Diversos chamados para a polícia ambiental foram feitos e ainda na parte da manhã do domingo houve ali a presença da polícia ambiental e rodoviária, porém a destruição da floresta não parou e continuou seu pérfido trabalho até que nada mais restasse, segundo testemunho da vizinhança. Neste fato cabe a pergunta que não quer calar: Com tantas leis de proteção ambiental como a Constituição do Brasil, O Código Florestal, A Lei da Mata Atlântica, O Cinturão Verde da Grande S.Paulo, O Plano Diretor de Ibiúna, A APA de Itupararanga e a Mata Atlântica, a mais rica e diversa do mundo, sabidamente caminhando para a depauperação, o estrangulamento em pequenos remanescentes e a extinção, não tem essas leis nenhuma validade? E estas instituições não têm o poder de parar os tratores, como não o fez? Ainda segundo a vizinhança, que pediram para não serem identificados, o proprietário da área afirmou aos policiais que podem multar, mas as máquinas não vão parar, com a certeza absoluta que não irá reflorestar a área e que a multa, se tiver, já está contabilizada dentro de seu lucrativo empreendimento. Os autores da barbárie não deixaram nenhuma árvore das 22.000 que continha a floresta. Reafirmando com isso seu atrevimento e escárnio com qualquer lei ou autoridade política ou institucional, cujo dever é fazer cumpri-la. A floresta historicamente e ao longo de milhões de anos pertenceu de fato a todas as espécies de plantas e a todas as espécies de animais que ali moram, vivem e se alimentam. Mas foram mortas ou expulsas pelo responsável pelo desmatamento.
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Foto: Divulgação/Polícia Rodoviária – http://jeonline.com.br/noticia/955/policia-rodoviaria-denuncia-grande-crime-ambiental-na-regiao-de-ibiuna
Marcante também a atuação da Secretaria do Meio Ambiente de Ibiúna, que não tem fiscalização nos fins de semana. Todos sabem disso e quem quer transgredir a lei usa esses dias para queimar e desmatar.
Infelizmente algumas empresas estão arrasando a natureza no Brasil de norte a sul, em todas as cidades, onde loteamentos, desmatam centenas de milhares de hectares e ainda a terraplanam, enterrando o solo fértil e expondo o solo estéril, que jamais será fértil de novo, não medrando ali nem capim, muito menos árvores frondosas e menos ainda qualquer fauna. Difícil entender e aceitar que as pessoas saiam da metrópole do cimento para o lazer no interior e construam com as suas mãos bairros degradados e vazios de vida natural, negando a realidade de que na floresta se iniciou a vida humana, como até hoje se vê nos indígenas da Amazônia. A terraplanagem, moda nos dias de hoje, nunca foi aplicada e nunca foi necessária para construção de milhares de belíssimas e verdejantes cidades pelo mundo. A continuar assim parte importante dos municípios será de solo estéril e irrecuperável.
S. Lisze (leitor do VOZ)
COMUNICADO
A Construeme Construtora LTDA e a nova Castelo Imóveis, vem, publicamente informar que nada tem a ver com a área desmatada no km 67 da Rod. Bunjiro Nakao e que as casas de campo em condomínio fechado serão construídos em outros bairros de Ibiúna. A placa ali existente é apenas uma propaganda do referido empresa e de suas atividades.