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Mais uma reforma do Ensino Médio

Gloria Piletti

 

No Brasil, já tivemos 14 reformas do Ensino Médio, ou seja, uma a cada nove anos em média. A maioria dessas reformas “foram promovidas por ministros, reconhecidas pelos seus nomes, ou por burocratas encastelados no ministério, vendedores da ilusão de que a sua não seria mais uma reforma, mas a reforma, que haveria de erradicar definitivamente as mazelas do ensino do passado. Sabemos que fracassaram redondamente”.

As reformas da Primeira República “foram impostas por decretos do Executivo previamente autorizado pelo legislativo, a quem cabia a competência de legislar sobre o ensino; as do Estado Novo também foram implantadas por decretos do Executivo, porém, sem autorização legislativa”.

Uma lição que fica “é a de que a simples mudança da lei não significa a transformação da realidade, pode, pelo contrário, representar uma recusa ao enfrentamento da crise, muda-se a lei para que tudo continue na mesma ou até piore, como tem acontecido historicamente. O que melhorou com a mudança do nome do ensino secundário para ensino médio, depois para ensino de 2º grau e, novamente, para ensino médio?”

Outra lição que fica é de que “a mudança real se dá na sala de aula, na escola, com a participação de todos os envolvidos diretamente no processo educacional: alunos, professores, pais, comunidade”.

Uma terceira lição é de que “a educação deve ser uma política de Estado, de longo prazo e permanente, não de um governo ou de um partido, muito menos de indivíduos, por mais iluminados ou geniais que se acreditem”.

Segundo Clóvis Roberto Santos, “todas as reformas educacionais fracassaram, haja vista os resultados das avaliações realizadas nos últimos tempos. Sempre houve preocupações com carga horária, currículo e infra-estrutura, mas se esquecem do principal: o professor, que continua mal formado, mal recrutado, desmotivado e, principalmente, mal remunerado. Por isso, como tantas outras, a reforma agora pretendida com certeza é um fracasso anunciado”. (Folha de S. Paulo de 29/09/2016).

(Artigo escrito com base no texto do Prof Dr. Nelson Piletti, intitulado Reforma do Ensino Médio 1 – Lições da História, publicado no blog da Editora Contexto)

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