Lições de relacionamentos duradouros
Ana C. Piletti
Em 10 anos, o número de divórcios no Brasil cresceu mais de 160% de acordo com dados do IBGE (2014). Aparentemente, hoje está mais fácil se desligar de maus relacionamentos. No entanto, para aqueles que sonham com uma união perene, a informação não parece animadora. Então, será que o namoro pode ajudar a reconhecer relacionamentos duradouros?
Como uma fase de preparação para um compromisso mais sério, o namoro pode revelar as qualidades e os defeitos do companheiro e ainda estabelecer a forma como o casal vai lidar com as crises.
Segundo psicólogos, a capacidade de superar conflitos é o principal fator para uma convivência no longo prazo. Além disso, respeitar a individualidade do outro é fundamental para a longevidade da relação. Os defeitos do companheiro também não podem ser incompatíveis com os princípios do outro. Por exemplo, se para um dos parceiros ter uma relação aberta é aceitável, para o outro isto não deve ser um problema. No mais, confiança e admiração parecem ser palavras-chave para o sucesso de um bom relacionamento.
Para isso, é necessário deixar-se conhecer pelo outro. É comum namoros que se tornam eternos momentos de conquista no qual alguém abre mão de suas vontades para agradar o outro. Ou ainda, aqueles namoros idealizados baseados na incessante expectativa de que o outro vai mudar. As mudanças de comportamento de um dependem da mudança do comportamento do outro. Logo, não é possível esperar que um relacionamento mude sem controvérsias.
Para concluir, como diz o ditado popular “não dá para fazer omelete sem quebrar os ovos”. Da mesma maneira, não é possível fazer um bom omelete sem misturar bem os ingredientes. Essa mistura é o diálogo autêntico e sincero. Sem ele as pessoas podem até viver juntas por muito tempo, no entanto, não terão um verdadeiro relacionamento.