Itupararanga novamente ameaçada
São iminentes os riscos às águas da Represa Itupararanga, principalmente, aqueles identificados em Ibiúna. Além de ainda conviver com problemas como a falta de saneamento básico e o despejo clandestino de lixo, novos projetos audaciosos podem ser instalados no município. A construção de um sistema de abastecimento público e projetos de mineração de areia são exemplos recentes.Novamente, Ibiúna ocupa uma posição estratégica para solucionar os problemas de abastecimento público da região. Desta vez, as águas da Represa do França chegarão às casas de quase 1,5 milhão de pessoas da Região Metropolitana de São Paulo, pelo Sistema Produtor São Lourenço, que se encontra na fase de licenciamento ambiental. O projeto foi amplamente discutido na região, pois acarretará impactos não somente pela sua implantação, mas porque comprometerá também a qualidade das águas da Represa Itupararanga. Ou seja, se hoje, já temos um cenário de degradação, a tendência é que a situação se agrave ainda mais, pois as mesmas águas límpidas de Itupararanga que abastecem mais de 1 milhão de pessoas da região de Sorocaba, receberão, indefensáveis, o esgoto proveniente da Região Metropolitana de São Paulo. Uma herança imposta por este audacioso projeto que levará as águas de Ibiúna para mais 7 cidades, aumentando o ônus ao município para garantir a preservação de seus rios e nascentes.Ibiúna também enfrentará um novo desafio: uma mineração de areia projetada para se instalar na várzea dos Rios Sorocabuçu, Sorocamirim e Una, na área localizada no centro da cidade, ao longo da Av. Marginal. Simplesmente, na cabeceira do Rio Sorocaba, formador da Represa Itupararanga, um projeto para extrair, em 5 cavas com o tamanho de 4 campos de futebol cada, 30.000 m³ de areia, pelo período de 30 anos. É inaceitável que um município como Ibiúna, estratégico do ponto de vista ambiental, seja tratado desta forma. Suas matas exuberantes, várzeas com rica biodiversidade, cachoeiras e represas ainda são a garantia para as grandes cidades da região de que poderão usufruir das suas águas e atender aos seus habitantes. Estas riquezas, no entanto, estão ameaçadas pelos investimentos de projetos tão grandiosos.E como enfrentar estes desafios? Uma das garantias previstas em lei é a participação da sociedade civil organizada nos órgãos colegiados responsáveis pela gestão ambiental na região. Nestes fóruns, a SOS Itupararanga luta, incansavelmente, pelos interesses de Ibiúna, e, principalmente, para garantir que suas riquezas naturais sejam preservadas. Participa da discussão dos problemas e das tomadas de decisão, juntamente com o poder público, com o objetivo de definir, de forma compartilhada, as ações necessárias para evitar ou minimizar os impactos ambientais destes projetos. Para isso, a SOS Itupararanga conta com o apoio de parceiros e colaboradores, mas precisa da participação da população, através de sugestões e denúncias, que em muito auxiliam nos resultados dos trabalhos da entidade. Participe você também!