Editorial

Independente de Portugal, mas dependente de corruptos

Enquanto o país se prepara para o descanso do feriado que registra a sua independência – conquistada há 195 anos –, o noticiário nacional nos deixa em dúvida se a proclamação de D. Pedro tornou o nosso país independente totalmente ou, apenas, das interferências portuguesas. Por que, a cada dia, com novas denúncias, operações policiais e da justiça, entre tantas outras “descobertas”, a percepção é de que o Brasil continua dependente, não de uma nação europeia, mas de políticos, empresários e juízes corruptos que transformaram a nossa Republica em um lamaçal de obscuridades e de desvios morais.

Uma imagem divulgada esta semana, as vésperas da data que marca a nossa ‘independência’, onde milhões de reais, em espécie, foram encontrados em bolsas e malas num apartamento ligado ao ex-ministro de Estado, Gedel Vieira Lima (PMDB), provou que, de fato, o nosso país pode ser independente de nações estrangeiras, mas o desenvolvimento da qualidade de vida dos brasileiros continua dependente, e prejudicado por isso, de pessoas a quem são confiadas a responsabilidade de zelar pelo nosso patrimônio, mas que, contrário disso, transferem à propriedade delas riquezas que são de todos nós. E, por isso, faltam recursos para a saúde pública, para a educação e para muitos outros setores, como os investimentos em infraestrutura que garantiriam empregos para uma nação com mais de 13 milhões de desempregados.

Quanto aos corruptos e corruptores, certamente, o Brasil continua dependente. Para a independência dos portugueses, foram cerca de três séculos, de meados de 1500 para 1822. Agora, quanto aos depravados aos quais somos dependentes, o processo de independência precisa partir de todos nós, que estamos insatisfeitos, infelizes e indignados com tamanho desrespeito que as autoridades de nosso país têm tido com o nosso patrimônio, com o dinheiro público e com a nossa honra. Por isso, nós, brasileiros, temos pela frente um novo caminho a percorrer em busca da independência. Dessa vez, contra um sistema político falido, que nos torna vítima de opressores. Estamos em busca de novas independências!    Uma boa leitura a todos e até a próxima edição.

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