Ibiúna vive situação caótica
No editorial da edição 377, de 17 de abril, o jornal alertou que a cidade estava à beira do caos, diante do quadro econômico que apresentou retração no primeiro trimestre, bem como as evidências da situação que o município vivenciava. Hoje, quase cinco meses depois, pode-se dizer que o caos chegou – demorou mais do que imaginávamos por conta dos recursos financeiros conquistados pela atual administração para a área da saúde, liberados em junho e julho.
Nesta semana, em que os funcionários municipais devem receber seus vencimentos amanhã, sexta-feira (6 de setembro), quinto dia útil, o jornal recebeu a informação de que o transporte coletivo parou, entre as razões alegadas por funcionários da empresa responsável, ouvidos pelo VOZ, está a falta de pagamento. Na sessão da Câmara de ontem (4), o vice-presidente do Sindicato Único dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Osasco e Região, Amilton Arlindo de Moura Rodrigues, foi retirado do recinto. O motivo da presença do sindicalista em Ibiúna se deu por conta dos atrasos no pagamento dos salários dos funcionários da empresa terceirizada que atua no hospital municipal. Para completar, a coleta de lixo também foi interrompida, pelo mesmo motivo.
Não bastasse a crise na administração pública, o comércio também não anda bem das pernas na cidade. Sem números oficiais, o que temos visto são reclamações constantes, neste início do terceiro quadrimestre do ano. Como antevimos, o reajuste na Planta Genérica de Valores (PGV) do município, que impactou no valor do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) não resultou em aumento de receitas, como os governantes locais esperavam, e a receita não está acompanhando as despesas. Sendo a Prefeitura um dos principais empregadores diretos e indiretos do município, os atrasos contribuem também para o baixo movimento do comércio e com a aparente retração econômica. Ainda em 2018, diante da polêmica aprovação da nova PGV, o VOZ, neste espaço, apontou que a medida poderia resultar em aumento da receita ou da inadimplência, que resultaria em uma situação ainda mais calamitosa. A segunda possibilidade venceu.
Normalmente, nesse espaço, o jornal apresenta o problema e por fim uma mensagem de otimismo, para continuar mantendo a esperança de que dias melhores virão. No entanto, desta vez, o quadro não apresenta possibilidades de imaginarmos que as coisas irão melhorar, pelo menos a curto prazo. Pobre Ibiúna!
Uma boa leitura a todos e até a próxima edição.