Editorial

Ibiúna: Que cidade é esta?

A maioria dos eleitores ibiunenses votou para o candidato Fábio Bello. Isso é indiscutível. Como também não se discute que o mesmo político é alvo de processos, inclusive com condenações – como a que foi publicada no último dia 30 de julho, em que foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a perder seus direitos políticos. Com esta indecisão política, Ibiúna vive um momento ético igualmente obscuro, com visíveis inversões de valores. E isso precisa ser tema de grande reflexão, pois diz respeito a que tipo de sociedade pauta a discussão política e social do município.
Em meio à situação do processo em Brasília, prestes a ser julgado pelo Superior Tribunal de Justiça, o clima na cidade de Ibiúna tem sido de tensão. De um lado, um grupo preocupado com o rompimento com a política que desastrosamente onerou os cofres públicos de Ibiúna que obriga, de tempos em tempos, a atual administração a devolver dinheiro para os cofres estaduais e federais. Este grupo torce pela administração do atual Governo, Professor Eduardo.
Do outro lado, um grupo que se convencionou a chamar de Fabianáticos, que apoia incondicionalmente o ex-prefeito Fábio Bello, faz festa pela cidade, soltando rojões e fogos de artifício, sobretudo em frente à prefeitura, em uma espécie de pressão psicológica com objetivo de afetar funcionários que trabalham no Paço Municipal.
E ainda tem um terceiro lado, o da população que quer apenas que a política em Ibiúna seja definida, para que possa ter a tranqüilidade de viver sem esta verdadeira guerra iniciada após as eleições.
Perante esta confusão ética e de valores, cabe destacar a observação feita por um aposentado um dia depois que o acórdão favorável ao ex-prefeito foi publicado no Diário Oficial. Na fila de um banco, na conversa com outra pessoa sobre a política de Ibiúna, ele questiona ao ouvir as bombas e rojões soltados supostamente por partidários de Fábio Bello próximos a prefeitura: “Que cidade é esta em que a pessoa comemora a vitória de um prefeito que, em vez de estar acomodado na sua cadeira na prefeitura, vive sentado nos bancos de um tribunal?”.

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