Ibiúna novamente ultrapassada
Fórmula 1. Quem é que não se lembra daquela corrida em que o número 2 Global Kleber Machado narrava aquela que seria uma grande vitória do piloto brasileiro Rubinho Barrichello, quando veio ordem da Ferrari para que ele se deixasse ultrapassar pelo companheiro de escuderia, Michael Schumacher: “Hoje não! Hoje não!! Hoje sim…”. O desprazer daquele momento, em que o comunicador traduzia toda a decepção de milhões de fãs do esporte, pode servir de analogia ao que o ibiunense vive em relação à sua política.“Agora vai, agora vai! Agora… não foi desta vez”. Quando pensou que, finalmente, estava livre de mais um lamentável episódio de desserviço à população, eis que, por forças que apenas os deuses da justiça eleitoral brasileira são capazes de explicar, o fantasma do desgoverno está de volta. E pelo jeito, ainda que haja outra mudança, o desgoverno permanecerá. Isso porque, dificilmente, o professor Eduardo conseguiria juntar os cacos de uma louça mais uma vez destruída pela ascensão de Fábio Bello ao que parece menos uma cadeira do que um trono de um rei. É como se um castelo de baralho estivesse pronto para ser finalizado, carta sobre carta, e alguém soprasse de leve a ponto de derrubar tudo.Se antes, muitos ibiunenses torciam pela permanência de um ou de outro no poder, hoje o sentimento é de que, qualquer que seja o velho novo comandante, que permaneça, para que Ibiúna chegue a 2016 com o mínimo de dignidade. Pois só isso importa agora, uma vez que, com tanta bagunça, a cidade não apenas estagnou, mas já retrocedeu por mais de anos. Sim, o professor vinha fazendo um bom trabalho. Mas, com as dificuldades impostas pelo período em que Fábio Bello havia assumido e também pelas dívidas públicas que herdou de administrações passadas – entre elas a do próprio político do PMDB, dificilmente seria lembrado como o melhor prefeito que a cidade já teve.É provável que Ibiúna esteja vivendo o período mais obscuro de sua história. E isso ajuda a explicar o fato de muitos jovens estarem escolhendo deixar a cidade, enquanto velhos políticos, com as velhas mentalidades, velhos defeitos, se perpetuam no poder, conseguindo fazer seus herdeiros pensarem que este é o melhor caminho para se obter vantagens por aqui.Todos, até os eleitores de Fábio Bello, pensavam que agora ia, mas agora não vai mais. Qualquer um que continuar no poder, terá nas mãos uma situação possível de administrar, mas longe de isso significar um governo que a população mereça. Que fique a lição, para que na próxima eleição o povo eleja um candidato com a ficha branquinha, ou teremos de amargar mais retrocesso. Por hora, estamos lamentavelmente como o carro do piloto Rubinho costuma ficar: quebrados, enquanto os outros nos ultrapassam.