Ibiúna: Município quer reforçar sua vocação de estância turística
Notícia publicada na edição de 22/02/2013 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 006 do caderno A.
por Fernando Guimarães
Estância turística desde o ano 2000, Ibiúna quer investir de fato no turismo. De acordo com o prefeito eleito Eduardo Anselmo Domingues Neto, de 48 anos, o turismo na cidade ainda está acanhado e precisa ser mais divulgado. Aos finais de semana, o município recebe cerca de 20 mil pessoas que vão passar o sábado e o domingo em chácaras, hotéis-fazenda, casas de campo e chácaras de recreio. Somados aos cerca de 80 mil habitantes, Ibiúna recepciona mais de 100 mil pessoas. “Queremos aumentar esse número e, também, trazer turistas ao longo da semana. Há muito para ser divulgado no turismo de Ibiúna”, comenta o prefeito, eleito com 16.224 votos pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Ele esteve em visita às redações da rádio Cruzeiro FM (92,3 MHz), mantida pela Fundação Cultural Cruzeiro do Sul, e do jornal Cruzeiro do Sul, mantido pela Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), na manhã de anteontem, quando foi recepcionado pelo presidente da diretoria executiva da FUA, Laelso Rodrigues.
Os roteiros turísticos serão um dos pontos a serem trabalhados no turismo da cidade. A princípio, três já estão definidos: Represa de Itupararanga, Turismo de Cachoeiras e Santuário de São Sebastião. As ações serão, segundo o prefeito, desenvolvidas em três frentes: mapeamento de pontos turísticos, cadastramento de rede hoteleira e de serviços, assim como o levantamento da necessidade de investimentos em infraestrutura; a segunda, consiste no treinamento e capacitação de profissionais para receber turistas, prestar serviços e criar produtos; e a terceira frente concentra-se na comunicação externa, posicionando Ibiúna como estância turística de fato, e interna, conscientizando a população sobre a importância desse setor para o desenvolvimento econômico, social e cultural.
Parcerias turísticas
Para fomentar o turismo, Eduardo destaca as parcerias, entre elas, a das secretarias da Agricultura e Meio Ambiente, com o foco de criar-se uma feira de produtos orgânicos permanente na entrada da cidade. Outro foco é o pequeno produtor rural. Está em estudo projeto para atrair visitantes internacionais para atuarem nas pequenas propriedades familiares, em um sistema que, segundo ele, é um sucesso em países como a Nova Zelândia, conhecido como Wwoofing.
Na parceria com o setor da Cultura, há um movimento para fortalecer a produção e a comercialização de artesanatos no município. O poder público convidou artesãos, pintores e artistas em geral para um encontro neste sábado, dia 23, na praça do Fórum, com o objetivo de aumentar a feira de artesanato, deixando-a com mais espaço e com mais profissionais atuando. “Precisamos que a população, como um todo, participe dessas ações. A prefeitura está de portas abertas para a participação do cidadão ibiunense”, diz.
O prefeito destaca, ainda, a liberação de uma verba para a elaboração de um projeto de reurbanização das principais vias do centro da cidade, de modo que ruas como a 15 de Novembro e Pinduca Soares poderão ter mudanças nas calçadas, criação de vias mais largas, como bulevares, com maior espaço para trânsito de pedestres, favorecendo o comércio local. Essa verba surgiu de uma reunião com a diretora do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade), Elizabeth Correia, vinculada à Secretaria de Estado do Turismo. Outra notícia considerada boa pelo prefeito é a liberação de nova receita para concluir as obras da ciclovia que estão paradas, além da construção de uma pista de skate na área de lazer 1 e uma academia de ginástica ao ar livre na área de lazer 2.
Contas a pagar
Apesar das boas notícias, Ibiúna precisa equilibrar os gastos. Professor e contador por formação, o prefeito diz que fechará as contas do município, que estão negativas, e colocar a cidade nos eixos. A administração anterior deixou uma dívida estimada em R$ 30 milhões. “Estamos fazendo o levantamento das contas. O mês de janeiro foi dedicado para colocarmos em dia o pagamento dos servidores municipais que ainda não tinham recebido o 13º (salário)”, relata. A Prefeitura de Ibiúna tem na folha de pessoal cerca de 1.800 funcionários, o que corresponde à quase metade do orçamento da cidade, projetado para R$ 100 milhões.
Eduardo, que esteve acompanhado do secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Eduardo Alves Duarte, de 66 anos, que acumula também a pasta da Indústria e Comércio, ressaltou que além de fazer uma revisão previdenciária, também quer investir em serviços e obras na rede básica de saúde. “Nós temos um hospital municipal, mas precisa de melhorias, não só de serviços médicos como também estruturais. O hospital é uma preocupação, principalmente porque consome 25% do orçamento. O custo é muito alto”, revela. Ele pretende investir ainda nos Centros de Atendimento Psicossocial (Caps).
Atrair indústrias, recuperar e fazer a manutenção de aproximadamente 2 mil quilômetros lineares de estradas rurais estão nos planos do prefeito, bem como escolas municipais em bairros da cidade. Duas empresas, uma de alimentos e outra de cosméticos já iniciaram negociações com a prefeitura e devem instalar-se na cidade, gerando mais empregos. Em relação às estradas, Eduardo deu boa notícia: em setembro deste ano deve ser aberta licitação para contratar empresa que fará a duplicação de 22 quilômetros da estrada Bunjiro Nakao, uma das principais vias de acesso à cidade. “O projeto executivo já foi feito, agora só faltam as obras”, informa.