Editorial

Ibiúna: Bombas do passado estouram no presente

Duas notícias nesta edição de Voz de Ibiúna deixam o cidadão ainda mais sem esperança em relação ao presente e futuro político e administrativo do município. À página 3, as manchetes “TCE-SP rejeita contas da Prefeitura” e “Tribunal de Contas considera irregular contrato escolar de 2007” denotam o despreparo e até desrespeito com que a coisa pública foi tratada nos últimos anos em Ibiúna.

O tema mais antigo, da época da segunda gestão do atual prefeito Fábio Bello de Oliveira, diz respeito à contratação emergencial de empresa de transporte escolar, considerada pelo TCE de “antieconômica”. Vale lembrar que o chefe do executivo já tem uma condenação por falta de licitação que até hoje o ameaça no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O pior é que esta é apenas mais uma irregularidade das inúmeras apontadas pelo Tribunal de Contas ao longo dos anos que se seguiram após seus dois primeiros mandatos. Sem contar o montante de dívidas deixadas para o prefeito Coronel Darcy, cujo impacto ajudou a provocar a crise que moldou o cenário político dos anos que se seguiram.

Já a mais recente irresponsabilidade remete ao governo do ex-prefeito Coiti Muramatsu, que assumiu após a morte do Coronel Darcy. Segundo o TCE-SP, as contas do ano de 2011 foram marcadas por “graves irregularidades, suficientes para comprometer toda a gestão em apreço, dentre elas a falta de aplicação da integralidade dos recursos do Fundeb”.  A falta de prestação de contas em convênios foram outras questões apontadas como decisivas para a rejeição das contas.

Estas seguidas bombas que corriqueiramente têm estourado nos cofres públicos acabam por ameaçar qualquer possibilidade de governo no presente ou no futuro, bem como a tomada de recursos de outras esferas de governo, além de comprometer a  reputação da prefeitura de Ibiúna, que fica marcada como uma entidade que não merece o mínimo crédito ou respeito. Ou seja, se os governantes atuais dizem que falta dinheiro para aplicar em serviços básicos como saúde e educação e que a casa está um caos, por exemplo, apenas se esquecem de dizer que isso se deve, em grande parte, às suas próprias irresponsabilidades do passado. E, como sempre, a conta é empurrada para os próximos gestores pagarem… desde que não sejam eles próprios, obviamente.

 

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