Editorial

Ibiúna, 156 anos. Muito a comemorar e mais ainda a desenvolver

No próximo domingo, o município de Ibiúna comemora 156 anos. Neste pouco mais de um século e meio de emancipação, muitos cidadãos fizeram história, desde as pessoas responsáveis por elevar o povoado à categoria de município, em 1857, passando pela guerreira Dona Nazária Cipriano de Freitas, fundadora da Casa de Santa Rita que faria 100 anos em 2013, até os agentes que podem entrar para história que vivem entre nós. Certamente, há muito a celebrar nesta história de grandes lutadores. Mas há também muito a desenvolver.Para desenvolver, entretanto, é preciso cobrar. Cobrar daqueles que lesaram o patrimônio público, deixando Ibiúna à beira da falência. Notícias que se espalham dos labirintos do Paço Municipal dão conta de que órgãos como a Corregedoria do Governo do Estado têm cobrado o paradeiro de recursos liberados nas gestões Coiti e Fábio Bello, cujos destinos não são conhecidos. Fala-se em torno de R$ 2 milhões, de verbas para Estrada do Verava, do Carmo Messias, Ciclovia, CDHU, Rodoviária. Enquanto isso, no Gabinete, o Prefeito Eduardo se desdobra para saber como tapar o rombo da herança maldita deixada para seu governo. Quem sofre pelos desmandos passados, como sempre é a população.Muitas pessoas nem se dão conta do quanto a velha política fez mal ao município. Nas redes sociais, chove críticas à prefeitura, por não ter programado para a Festa da Cidade, grandes shows com artistas badalados. Mal sabem que alguns dos artistas, cujos 15 minutos de fama até já passaram, foram responsáveis por levar milhares e milhares de Reais, que deveriam ser usados nas áreas da saúde, da agricultura, do emprego e inclusive no investimento da expressão cultural local.Mas, passando para a celebração, a contenção de gastos da festa de aniversário fez com que, em meio à crise, a administração descobrisse uma oportunidade. Nunca, em uma festa de tradição municipal, os agentes culturais de Ibiúna tiveram tanto espaço. Rock, skate, violeiros de São Sebastião, Grafitti, Artesanato local, violonista Marcos Xavier, que foi por duas vezes vencedor do Mapa Cultural Paulista. Estas são apenas algumas das atrações da programação de aniversário, que também terá procissões, corridas, passeios ciclísticos, entre outras atividades culturais e religiosas.Apesar de ter sido traída por alguns dos últimos representantes públicos, Ibiúna ainda luta e confia, sobretudo, em sua força para reconstruir sua história. Que os administradores e legisladores atuais tomem ciência da necessidade desta união com o povo, para elevarem o município ao lugar de destaque que ele merece sempre estar.

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