Colunistas

Francisco: um Papa dos confins do mundo

No início da noite do último dia 13 de março, em meio ao frio e à chuva de um inverno europeu que se despede, a multidão ansiosa, que se reunia na Praça de São Pedro, recebeu, com imensa alegria, o anúncio mais esperado das últimas semanas: a Igreja Católica Apostólica Romana já tinha um novo Sumo Pontífice. O cardeal jesuíta argentino Jorge Mario Bergoglio, doravante Papa Francisco, de 76 anos, havia sido eleito para suceder a Bento XVI na tarefa de conduzir a Igreja em sua tarefa de evangelização, a ela confiada por Jesus Cristo, até os confins do mundo e o final dos tempos.Para este lado do mundo, a alegria chegou em proporção ainda maior, posto que, junto ao fato de um Papa, pela primeira vez, denominar-se Francisco, em homenagem ao “pobrezinho” de Assis, São Francisco, santo inspirador de grande renovação no âmbito da Igreja Católica, havia a novidade do primeiro pontífice oriundo da América Latina, região que congrega significativa parcela dos católicos de todo o mundo, além de, no plano social, registrar grande índices de desigualdade e, sobretudo, pobreza entre os que a habitam.Ambas as razões são alvissareiras para a Igreja em todo o mundo, uma vez que a inspiração franciscana para uma vida humilde e de clara opção pelos pobres já se fez presente nas primeiras palavras e gestos do Papa depois do anúncio, antecipando, pelo simbolismo de tais atos, um novo tempo para todos nós. Além disso, a sólida formação catequética de Francisco, atestada pelo belo trabalho desempenhado à frente dos católicos argentinos, há de embasar suas ações como Sumo Pontífice, garantindo que a Igreja fundada por Jesus Cristo continue a seguir os verdadeiros princípios que a norteiam ­– para além de certas vontades “renovadoras’ de alguns, os quais, na verdade, insistem em continuar alheios ao poder espiritual (e não político!) que a Igreja exerce no mundo.Diante disso, o anúncio feito de Roma para o mundo no 13 de março que passou não foi apenas o mais esperado das últimas semanas, foi também o mais feliz. E viva o Papa Francisco!

Comments

comments