Saúde

Flexibilização: será que estamos no momento ideal?

Jodi Tanaka

O Governador do Estado de São Paulo, João Dória (PSDB), já não consegue mais conter a pressão para a reabertura e a flexibilização das atividades no estado. Conforme o previsto, já que havia o temor de que a flexibilização resultaria na aparição de nova tragédia, o número de mortes do interior do estado de São Paulo causados pelo Covid-19 superou o número de mortes da capital. No país, já são quase 100 mil mortos e 2,5 milhões de casos confirmados. O agravante é que as mortes continuam aumentando e não há data definida para terminar. Não dá, apenas, para culpar o governador; afinal, muitos brasileiros foram estimulados pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), que continua desdenhando das mortes dos outros.
Diante do caos, estamos sem Ministro da Saúde definitivo até hoje. Pior é que milhões de brasileiros acreditam cegamente no presidente, ignorando a existência do Coronavírus, e prescrevendo medicamentos sem qualquer evidência científica. Atribuem a situação como coisa de comunistas. Por mais incrível que possa parecer existem médicos que se identificam com essa teoria. Valorizam os fake news produzidos no ‘Gabinete do Ódio’ desprezando inteiramente as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Por acreditarem na Cloroquina, muitos contaminados recusam qualquer conduta médica exigindo a prescrição do medicamento resultando em tom ameaçador a qualquer médico que recuse o pedido.  A conhecida precariedade de atendimento nas cidades interioranas tem agravado a situação. Além de não dispor de Unidades de Terapias Intensivas (UTI) suficientes, a falta de profissionais especializados agrava a situação. Muitas vidas foram perdidas com intubação estomacal ao invés de intubar a traqueia. 

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