Fim de ano: prazeres ou obrigações?
Ana Cristina Piletti
“Fim de ano é uma loucura!”, expressão frequentemente ouvida nesta época de festas. As pessoas parecem cada vez mais exaustas e movidas pelo “tem que”. Tem que confraternizar com os colegas de trabalho, tem que presentear os amigos, tem que visitar a família, tem que sorrir, tem que perdoar, tem que responder todas as mensagens recebidas e tem que fingir que aquilo que magoou não teve importância.
É claro que o momento do Natal e do Ano Novo é propício para aproximar-se das pessoas queridas, refazer vínculos rompidos e fazer planos para um futuro melhor. Contudo, caso você não possa presentear alguém especial, não consiga telefonar ou mandar uma mensagem para um amigo ou ainda não esteja disposto a participar das badaladas festas e comemorações de fim de ano, não significa que você não se importa. O ano contou com 365 dias e se, em cada um deles, você fez o seu melhor na sua casa, no trabalho, na escola e por todos os lugares pelos quais passou, certamente, presenteou as pessoas com as quais conviveu.
Além disso, a ideia de que quanto mais caro o presente maior o seu afeto pela pessoa, parece ser mais uma construção comercial do que a verdade vivenciada. Com certeza, se você gosta de alguém, não quer que essa pessoa crie dívidas ou se prive do que é necessário, para presenteá-lo justamente nesta data. Afinal, em janeiro, o espírito de fim ano se vai e as contas chegam.