Eleições e redes sociais: mitos e benefícios
A utilização das redes sociais como meio de comunicação é um fenômeno crescente no Brasil. De acordo com dados do IBOPE Media, em janeiro de 2013, 86% dos internautas acessavam alguma rede social, ou seja, 15% a mais do que em janeiro de 2012. Pessoas, organizações e, em época de eleições, principalmente políticos apostam no potencial deste recurso para aproximar-se de seus amigos, clientes e eleitores. Na era digital, portanto, é preciso estar atento aos mitos e benefícios que a interação digital pode proporcionar. Entre os benefícios destacamos: a comunicação não linear; a instantaneidade e velocidade da informação; a comunicação em rede; a disponibilidade das informações 24 horas por dia; o alcance mundial das notícias; a busca e consulta rápida e facilitada sobre fatos passados e eventos presentes. O comportamento dos políticos nas redes sociais pode interferir no comportamento dos eleitores nas urnas. Considerando que o ambiente virtual é um espaço livre para críticas e também para a construção e manipulação de perfis, cabe ao eleitor maior criticidade e, aos políticos, maior transparência e maturidade. Para desfazer alguns mitos, citamos alguns dados da Pesquisa Brasileira de Mídia realizada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, publicados em 2014. No Brasil, a maioria (53%) da população nunca acessa a internet e também 52% dos brasileiros não contam com esse serviço em suas residências. Em relação ao nível de confiança nos diferentes meios de comunicação, ainda são as notícias veiculadas pelos jornais impressos as mais cofiáveis pelos brasileiros, seguido das notícias divulgadas pelo rádio e pela TV. Apenas 24% dos pesquisados confiam em notícias publicadas em redes sociais, 22% confiam nos conteúdos postados em blogs e 28% acreditam nas informações divulgadas em sites. A pesquisa também mostrou que o hábito de acessar a internet ainda é mais presente na população mais jovem, residente nos maiores centros urbanos e pertencentes aos estratos sociais de maior renda e escolaridade. Desta forma, a imprensa e o velho corpo a corpo continuam válidos e eficazes aliados para a construção da imagem e a manutenção da credibilidade política dos candidatos. Finalmente, como há inúmeras ferramentas de comunicação disponíveis para ocultar, divulgar ou manipular informações, é preciso discernimento por parte do eleitor para encontrar e compartilhar boas e verdadeiras propostas políticas.
Ana Cristina Piletti