Educação: desafios pedagógicos e administrativos
A educação básica no Brasil é alvo de diversas críticas principalmente quando resultados de avaliações nacionais e internacionais são divulgados. Dois desses principais indicadores de avaliação são o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e o PISA (Programa para a Avaliação Internacional de Estudantes).
O primeiro é um indicador de monitoramento e de qualidade educacional que relaciona o desempenho acadêmico obtido nos exames da Prova Brasil e do Saeb (Sistema de avaliação da Educação Básica) que verifica o rendimento escolar. Esses índices são divulgados e com eles realizam-se rankings educacionais onde as escolas e redes municipais melhores avaliadas ocupam um lugar de destaque na mídia nacional. Ibiúna, de acordo com o relatório do Portal ODM (2011), está na 2.976.ª posição, entre os 5.565 do Brasil, quando avaliados os alunos da 4.ª série , e na 1.556.ª, no caso dos alunos da 8.ª série.
O segundo é um programa internacional de avaliação comparada, aplicado a estudantes na faixa dos 15 anos de idade desenvolvido e coordenado internacionalmente pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e no Brasil coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). As avaliações abrangem as áreas de Leitura, Matemática e Ciências. Essa avaliação é realizada a cada dois anos. Em 2010, o Brasil assumiu a 53ª posição em leitura e ciências e o 57º lugar em matemática no ranking do Pisa e na classificação geral o país ficou em 54º lugar no ranking de 65 países.
Mesmo considerando as limitações de tais instrumentos de avaliações, muitas vezes padronizados e quantitativos, nacionalmente e internacionalmente, o município e o país apresentam desafios significativos em termos de gestão educacional e projeto pedagógico. O principal deles refere-se a atender a uma grande demanda com condições socioeconômicas e culturais precárias com recursos restritos e mão de obra pouco valorizada.
Ainda hoje, o discurso ideológico promove a utopia de uma educação de qualidade para todos sem promover ferramentas objetivas para a viabilização de uma transformação escolar possível. Muito se critica e pouco se valorizam as iniciativas ou decisões efetivas. Por exemplo, professores que alfabetizam com o método tradicional são severamente criticados por construtivistas, em vez de serem avaliados pela eficácia de sua ação dentro das condições que lhe são possíveis. Os investimentos em formação são maiores do que os investimentos em desenvolvimento de pesquisas, conhecimentos e produções pedagógicas da própria rede. O diagnóstico da realidade é substituído pelo prognóstico da utopia. E, em educação, nada mais destrutivo do que procurar generalizar modelos estáticos em situações dinâmicas.
Enfim, em educação vale o conselho do filósofo Karl Popper “Trabalhe mais pela eliminação das maldades concretas do que pela realização do bem imaginário”.