COVID-19: Ibiúna é a cidade com a maior taxa de letalidade da região
Um estudo publicado pelo Jornal Cruzeiro do Sul, de Sorocaba, apontou que a cidade de Ibiúna é a que tem a maior taxa de letalidade do novo Coronavírus em toda a Região Metropolitana de Sorocaba (RMS). Na cidade, o índice é de 5,6%. Ou seja, a cada 100 pessoas que são infectadas, mais de cinco morrem. A menor taxa de letalidade é da cidade de Porto Feliz, com 1%. A taxa ainda é de 1,3% em Jumirim e de quase 1,5% em Tapiraí. Entre os mais letais, destacam: Itapetininga (3,6%), Cesário Lange e Piedade, com índice de 3,3%. O índice médio da RMS é de 2,6%. Em outras palavras, a taxa de letalidade em Ibiúna é mais que o dobro da média regional.
De acordo com os dados, coletados até o dia 12 de abril e divulgados no dia 13, mais de 136 mil pessoas já foram infectadas na região, equivalente a 6,2% da população. Quanto aos óbitos da RMS são de 3.619 desde o início da pandemia (até 12 de abril), sendo em Sorocaba o maior registro, de 1.346 mortes. A cidade é seguida por Itapetininga, com 331 óbitos. Itu aparece em seguida com 262 mortes. Ibiúna registrou 95 mortes até o dia 12. Jumirim teve apenas quatro mortes.
“A região ainda tinha 4.373 pessoas em isolamento domiciliar ou em recuperação. Ao menos 862 ainda estavam internadas e pelo menos 256 em UTI. Vale registrar que nem todas as cidades divulgaram o número de pessoas internadas — que, possivelmente, é maior. As 27 cidades ainda tinham 2,6 mil casos que aguardavam confirmação”, diz a reportagem do Cruzeiro do Sul.
Taxa de infecção
Apesar de ter a maior taxa de letalidade, Ibiúna é a cidade da RMS que tem a menor taxa de infecção. Dos 79.476 moradores, segundo o IBGE, apenas 2,1% foram infectados até o dia 12 de abril. A cidade é seguida por Sarapuí, com 3%, e Mairinque, com 4,1%. Com população de 53.402 habitantes e 5.871 casos, Porto Feliz – que tem a menor taxa de letalidade – é a que tem a maior taxa de infecção da RMS. O índice é de 10,9%. A cidade também se destaca no aspecto de cura: dos 5.871 infectados, 5.744 já se recuperaram. A RMS ainda tinha 127.793 pessoas recuperadas, com taxa de cura de quase 94%.
Testagem
Outro dado preocupante para Ibiúna, razão que pode justificar o fato de que o índice de infecção tenha ficado baixo e o de letalidade alto, é que a cidade apresentou a menor taxa de testagem da região. Apenas 4,6% foram testados, enquanto a cidade de Tatuí foi a que apresentou o maior índice de testagem entre seus moradores. Com população de 122.967 pessoas, o município já registrou 39.640 testes. Isso indica que 32,2% dos moradores da cidade foram testados para o novo coronavírus. Na sequência, aparece a cidade de Itu, com 25,8%. Itapetininga testou 25,1% dos seus moradores. Jumirim testou quase 25%. A cidade de Sorocaba testou 22,2% da população.
A Prefeitura de Ibiúna contestou as informações divulgadas pelo jornal sorocabano. Em nota, a administração municipal, por meio do secretário Valdir Messias, “esclarece que Ibiúna não possui a maior taxa de letalidade da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), visto que outros municípios, com população menor do que a ibiunense, registraram mais óbitos em decorrência da Covid-19”. Sobre os testes realizados no município o secretário, também, esclarece que os testes não são realizados em pessoas assintomáticas, conforme orientações do Ministério da Saúde. Nas pessoas que apresentam sintomas, são feitos o SWAB, após três dias se sintomas e o teste rápido, após sete dias de sintomas. Em relação a vacinação, o secretário explica que Ibiúna segue as diretrizes e o cronograma técnico do Ministério da Saúde e da Departamento Regional de Saúde (DRS) Sorocaba”, diz nota encaminhada pela Prefeitura de Ibiúna – vale destacar que a taxa de letalidade é um percentual de óbitos em razão do número de infectados.