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Cooperativismo frente à crise

Luciano André Lemos

Hoje a humanidade vive numa época de fantásticas e complexas conquistas cientificas e tecnológicas à uma rapidez crescente. A distribuição da riqueza econômica é uma das questões mais vivas nesse momento. Esse processo vive especialmente no sistema econômico capitalista, que muito contribuiu para acelerar o processo de inovações e mudança em curso.

Mas esse conjunto passa hoje por uma crise que não pode ser confundida com as perturbações cíclicas do sistema, oriundas da superprodução. A crise econômica atual acelera cada vez mais a centralização do capital, que se manifesta pela onda de aquisições, incorporações e megafusões de empresas, e a concentração de renda. A centralização do capital vem acompanhada pela acumulação de decisões, de propriedade, conhecimento e do controle tecnológico e econômico. E, nesse contexto, o setor financeiro passa a gozar de grande soberania. O atual processo em curso é comandado pelas grandes corporações, que procuram abrir novos mercados para a produção, aumentar as taxas de lucro e reduzir seus custos.

Não podemos negar que a globalização trouxe benefícios, mas também muitas consequências sócias negativas. O que houve foi um catastrófico conúbio entre a globalidade econômica com o liberalismo comercial de mercado, manifestando-se no desequilíbrio ou distúrbio econômico e na concentração com exclusão social. E, junto a isso, a democracia passou a correr sérios riscos.

Nesse sentido, são as cooperativas que mais e melhor tendem a viabilizar a pequena e média produção, como forma de uma reação à concentração de renda, pois as cooperativas têm relações contratuais distintas entre seus constituidores e com os demais agentes do fluxo nos quais atuam. E, em nome do princípio da integração, ela desenvolve um processo que reforça as condições para melhorar a redistribuição de renda e oportunidades.

O cooperativismo deve mostrar ao mundo que as grandes bandeiras, como pleno emprego, distribuição de renda, justiça social, segurança alimentar, defesa ao meio ambiente e desenvolvimento regional sustentável são verdades que pregam e cujos princípios defendem. Assim, as cooperativas, hoje, assumem o papel de serem defensoras das democracias do associativismo da vida em comunidade e de uma economia sem lucros.

 

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