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Com ampliação, Norac Foods visa novos mercados no Brasil

A indústria multinacional francesa, Norac Foods, com instalação em Ibiúna, realizou uma ampliação em mais 3 mil m² de construção em julho do ano passado para apostar em uma nova marca, a Paderrí, de pães e bolos. A multinacional tem Laurent Caron, 37 anos, como um dos administradores no Brasil. Filho de Bruno Caron, fundador da Norac Foods em 1992, Laurent divide as responsabilidades da empresa no Brasil com o compatriota Gilles Conan. O gerente concedeu entrevista à Revista Isto É Dinheiro.
Com uma oferta diferenciada de sanduíches naturais e saladas prontas para o consumo, a Norac encontrou a fórmula para o sucesso aliando sua marca Ateliê do Sabor aos então incipientes supermercados de vizinhança das redes Carrefour Express e Minuto Pão de Açúcar. “Chegamos num momento em que o varejo estava buscando uma oferta para os consumidores que queriam praticidade e produtos mais naturais, para uma dieta balanceada”, diz Laurent. “O investimento que fizemos no Brasil foi o primeiro fora da França”, acrescentou.
A primeira planta em Ibiúna, inaugurada em novembro de 2013, demandou um investimento inicial de R$ 55 milhões. Com área de 9,3 mil metros quadrados, a operação tinha capacidade para produzir 35 milhões de itens por ano. Na ocasião, Bruno, o fundador, afirmou que apenas uma fábrica dificilmente seria suficiente para atender o mercado do estado de São Paulo, com 45,5 milhões de habitantes. O momento da expansão demorou, mas aconteceu. No mês de julho de 2018, a fábrica recebeu uma ampliação de 3 mil metros quadrados. Foram investidos mais R$ 40 milhões para a construção, instalações e novos equipamentos. “É um investimento grande para o grupo e mostra a aposta que estamos fazendo no País”, diz Laurent.
A aposta é entrar em uma categoria que ainda não tinha sido explorada pela empresa, a de pães e bolos, por meio da marca Paderrí. A estratégia por trás da bandeira inaugural é repetir o sucesso da Ateliê do Sabor, que agora só atende pelo primeiro nome. “Temos uma mudança social importante em curso. Como as pessoas trabalham muito, moram em casas menores e não têm empregada doméstica, ficou natural passar em lojas de conveniência para comer algo depois da jornada de trabalho”, diz Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). “Isso já acontece muito em países como Japão e Inglaterra”.
Desafios Logísticos 
Com a Paderrí, a Norac volta às origens já que, na França, a empresa lidera o mercado de panificação. Ela entra, no entanto, em um mercado extremamente pulverizado e com presença de grandes redes e supermercados com marcas próprias. “É uma nova aventura para o grupo”, diz Laurent. “Esse é um mercado que já existe no Brasil, com atores grandes e estruturados. Mas essa atividade de pães e bolos faz parte do nosso DNA”. Dentre os sete produtos iniciais da marca no País, estão receitas tradicionais francesas como brioche, crepes e o doce ‘madeleine’.
Em março, a nova marca já chegou a 800 lojas, enquanto a Ateliê está presente em mais de dois mil pontos de venda nas regiões Sudeste e Sul. Laurent diz que a empresa cresceu de maneira sustentável ao ritmo de dois dígitos nos últimos anos. A operação global da Norac Foods registrou em 2018 uma receita líquida de € 886 milhões, com 5,7 mil funcionários espalhados por Europa, Brasil e Estados Unidos. Em 2013, em visita ao Brasil, Bruno Caron projetava um faturamento anual acima de R$ 100 milhões para a operação local.
Com 273 empregados no Brasil, a Norac Foods conta com a fábrica em Ibiúna, um centro de distribuição no Rio de Janeiro e uma frota de 28 caminhões que entregam os produtos diretamente nas lojas. Como os itens da marca Ateliê são perecíveis, com vida útil de apenas uma semana, a empresa foi obrigada a reforçar a operação com veículos próprios. A nova marca mostra que a francesa Norac está empenhada para encontrar, pouco a pouco, a receita para a multiplicação dos seus pães no Brasil.

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